A programação está sempre preenchida. Nuno Nabais diz que não faz "um telefonema" para programar a Fábrica de Braço de Prata. Não é preciso, as propostas vão ter com ele. Não há uma linha de programação ou "uma estética" e isso é intencional. "Há muitos sem-abrigo", defende, do teatro às belas-artes, gente que ficou de fora, por opção ou à força, do reconhecimento institucional. A Fábrica de Braço de Prata, diz, "pode ser a ilha de acolhimento desses náufragos sem que eles se tenham de sujeitar a um discurso prévio". Um espaço democrático, aberto. Nuno Nabais não faz audições. Quando uma banda aparece pela primeira vez, diz-lhes, simplesmente: "Vêm cá tocar uma quarta-feira. Se gostar, passam a fazer parte dos músicos residentes." Acolhe exposições, mas não cobra percentagem por eventuais vendas.
Até dava jeito, para a prestação de dois mil euros que paga todos os meses com o seu salário de 2300. "Só perco dinheiro com isto. As minhas filhas dizem-me: "Mas que disparate é este?!"" E o que é que ele tem a dizer em legítima defesa? "Neste momento tenho condições para cometer uma loucura. Por outro lado, tenho uma história de militante revolucionário. Acho que isto é um gesto revolucionário. Uma ilha das delícias fora das regras da banca e do Estado. Conseguimos inventar isto sem depender de nenhum subsídio do Ministério da Cultura e sem ter qualquer conversa com um qualquer gestor de uma dependência bancária. Somos dois tipos que têm gozo em criar esta pequena utopia."
- Nome
- Fábrica do Braço de Prata
- Local
- Lisboa, Marvila, Rua da Fábrica de Material de Guerra, 1
- Telefone
- 925864579
- Horarios
- Quarta-feira e Quinta-feira das 18:00 às 02:00
Sexta e Sábado das 18:00 às 04:00
Domingo das 15:00 às 00:00
- Website
- http://www.bracodeprata.com