Fugas - restaurantes e bares

Miguel Madeira

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Um T13 para a cultura

A programação está sempre preenchida. Nuno Nabais diz que não faz "um telefonema" para programar a Fábrica de Braço de Prata. Não é preciso, as propostas vão ter com ele. Não há uma linha de programação ou "uma estética" e isso é intencional. "Há muitos sem-abrigo", defende, do teatro às belas-artes, gente que ficou de fora, por opção ou à força, do reconhecimento institucional. A Fábrica de Braço de Prata, diz, "pode ser a ilha de acolhimento desses náufragos sem que eles se tenham de sujeitar a um discurso prévio". Um espaço democrático, aberto. Nuno Nabais não faz audições. Quando uma banda aparece pela primeira vez, diz-lhes, simplesmente: "Vêm cá tocar uma quarta-feira. Se gostar, passam a fazer parte dos músicos residentes." Acolhe exposições, mas não cobra percentagem por eventuais vendas.

Até dava jeito, para a prestação de dois mil euros que paga todos os meses com o seu salário de 2300. "Só perco dinheiro com isto. As minhas filhas dizem-me: "Mas que disparate é este?!"" E o que é que ele tem a dizer em legítima defesa? "Neste momento tenho condições para cometer uma loucura. Por outro lado, tenho uma história de militante revolucionário. Acho que isto é um gesto revolucionário. Uma ilha das delícias fora das regras da banca e do Estado. Conseguimos inventar isto sem depender de nenhum subsídio do Ministério da Cultura e sem ter qualquer conversa com um qualquer gestor de uma dependência bancária. Somos dois tipos que têm gozo em criar esta pequena utopia."

Nome
Fábrica do Braço de Prata
Local
Lisboa, Marvila, Rua da Fábrica de Material de Guerra, 1
Telefone
925864579
Horarios
Quarta-feira e Quinta-feira das 18:00 às 02:00
Sexta e Sábado das 18:00 às 04:00
Domingo das 15:00 às 00:00
Website
http://www.bracodeprata.com
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