Pelas paredes, as ardósias vão contando as novidades e revelando as sugestões do momento. Mas também revelam o espírito da casa - veja-se este "canto" que um dia destes se lia por ali: "Hoje teremos um novo empregado de mesa. Pede uma bebida estranha só para ver a reacção dele. Obrigado, o proprietário". E não é só in loco que se dá pelo bom humor e o desenvolvimento de um círculo de fiéis: o Facebook do Trobadores vai muito além do simples anunciar concertos e dar infos sobre a casa, integrando belos ditos, promovendo a interactividade entre clientes, incluindo notas sobre o projecto ou tiradas filosóficas.
Uma das mais curiosas ideias aqui nascidas e em fase de concretização: um Livro de Reclamação dos Clientes (isto é, onde os empregados reclamam dos ditos...) - uma "brincadeira", explica Frederico, para "todos nos divertirmos". Ainda não há livro mas já há proposta de entradas: o facto de alguns clientes reclamarem da falta de gás das cervejas irlandesas; ora "caros clientes, a Guinness e a Kilkenny não estão mortas, elas são mesmo assim; querem coisas com gás metam-se na cerveja nacional, no Sumol de Laranja, ou numa cidade do Egipto nos dias de hoje". É um bom exemplo do ambiente que desejam para o Trobadores: "Pretendemos fazer, desde o princípio, que as pessoas se sintam praticamente em casa", resume Frederico; "o que tem a ver com a nossa própria experiência de bares",como clientes: "Se calhar, tentamos encontrar soluções e fazer as coisas de forma a compensar as coisas que outros sítios não tinham". "Acho dentro, é descomprometido, as madeiras, as mesas, as cadeiras, isto é para bater, não há aquela preocupação da formalidade, é uma taberna", diz este sócio, que, não em vão, prepara um doutoramento sobre as vivências do espaço público ao longo do tempo na área equivalente à Cerca Fernandina.
O Trobadores procura também manter uma certa sobriedade, longe do kitsch que muitas vezes turva bares similares e sem tornar-se demasiado turístico. "O que não quer dizer que não queiramos e não tenhamos muitos turistas" - para turistas e nacionais, está também em ebulição outro projecto: criar uma "espécie de guia, um roteiro turístico sobre a Lisboa Medieval, que qualquer pessoa possa levar" e "saber mais sobre a cidade, sobre a nossa história, sobre hábitos antigos que se perderam". Lá para o Verão, espera-se que o guia já ilumine os passos de muita gente.
Entretanto, há ideias e concertos para dar não só mais vida às noites mas também aos finais de tarde. Um oásis na Baixa e mais um passo no caminho da revitalização desta área: "A Baixa tem que ser revitalizada, demore cinco ou dez anos", conclui.
Cantigas dos Trobadores
A banda sonora é composta por uma base de sons tradicionais, de influências celtas e folk. Podem ouvir-se bandas como Roncos do Diabo, Diabo na Cruz ou Gaiteiros de Lisboa e aproveitar para ir perguntando para ficar a conhecer mais criadores de música de influência intercéltica. Mas pop e rock também toca. À sexta, há sempre concerto. A agenda vai sendo actualizada no Facebook. Para dia 5, está previsto um concerto dos Urze de Lume que promete: inclui gaita transmontana, caixa e bombo.
- Nome
- Trobadores
- Local
- Lisboa, Santa Justa, Rua de São Julião, 27
- Telefone
- 218850329
- Horarios
- Segunda a Quinta das 17:00 às 02:00
Sexta e Sábado das 17:00 às 04:00