Fugas - restaurantes e bares

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Nova pastelaria francesa traz-nos o “veneno do amor” de Paris

Por Luís J. Santos ,

Em prédio rosa no coração do Príncipe Real, em Lisboa, floriu uma perdição para amantes da pastelaria francesa, dos recantos românticos e das confidências à hora do chá. Poison d' Amour apresenta uma montra de bolos e bolinhos, que garantem respeitar a tradição francesa, em ambiente "très chic, très parisien". E até há um jardim das delícias.

Entramos no Poison d' Amour e entramos em Paris. E nesta nova pastelaria e salão de chá, no Príncipe Real lisboeta, todos os olhares desaguam de imediato nos pequenos grandes monumentos franceses que se arrumam artisticamente na vitrina que nos recebe. Macarons - os redondinhos bolinhos coloridos -, éclairs, tartes e tartelettes, bavaroises, mille-feuilles, geografias doces como Paris-Brest ou mesmo Delícia de Lisboa (uma mousse de limão) e tudo com boa vizinhança: croissants, pains aux raisins (parecido com o caracol português), brioches...

A Poison, com sala de chá íntima, sala de cafetaria ou pátio rodeado de Jardim Botânico, quer mesmo transportar-nos para uma requintada Cidade Luz. E não usa só açúcar, mousses ou chocolates como o "veneno do amor". Há ainda pequenos-almoços, almoços ou brunchs. Tudo para desfrutar enquanto se lança um olhar de soslaio ao grande retrato, impresso numa parede, de uma rainha que ficou célebre por, diz-se - sem grandes provas, ter lançado um célebre grito ao seu povo, quando a este faltou pão: "Que comam bolos", terá proposto Maria Antonieta (na tradução mais popularizada do dito, que o "original" até seria com brioches). Sugestão aceite.

"Trouxe Paris comigo", diz-nos Pedro Pouseiro, o mentor da Poison, que nos confessa a sua paixão pelos macarons - "são como um ''veneno', uma pessoa come um e outro e outro e não consegue parar - , enquanto, em fundo, se ouve um apropriado e espirituoso Je t'aime, moi non plus, o tal hino, entre o veneno e o amor, de Gainsbourg e Jane Birkin. Não é Pouseiro que põe as mãos na massa da pastelaria - para tal contratou uma equipa chefiada por um mestre pasteleiro francês - mas, este profissional do marketing, que cresceu e trabalhou em França, até decidir mudar-se para Lisboa há cerca de três anos, confessa-se um apaixonado pela doce arte. E quando se mudou para Portugal, as saudades "da outra pátria" juntaram-se a "uma grande, grande saudade da pastelaria francesa". E assim nasceu a Poison d' Amour em Agosto, versão lusa das "pastelarias clássicas e com requinte de Paris".

Embora a vida de Pouseiro tivesse sido longe dos bolos, é matéria em que se revela "um bocadinho entendido", mas de "forma amadora". Além da gestão global, considera-se "o provador oficial", tendo dedicado anos a estudar a tradição francesa da pastelaria e os seus mestres, os processos de fabrico e materiais. "Todo o material veio de França" para ser possível cumprir "todo o processo de fabrico francês", explica, sublinhando que "todos os produtos são feitos aqui, todos os dias, de forma artesanal", só com "produtos de primeira qualidade", sem cedências: seja nas "massas folhadas, que são feitas com manteiga, nada de margarinas", seja no chocolate, "dos melhores do mundo, o Valrhona".

"E serão tão saborosos quanto são bonitos?", perguntava uma cliente, visivelmente comovida com o quadro vivo, colorido e diversificado de pâtisserie à sua frente. "Esperemos que sejam mais saborosos que bonitos, temos cuidado com o pormenor de serem bonitos mas temos o cuidado de, sobretudo, serem saborosos", comenta-nos Pouseiro que garante que naquela montra está "tudo o que tradicionalmente existe numa pastelaria francesa de qualidade", até porque, garante, o receituário francês é cumprido "à regra". Não em vão afiança: "clientes mais viajados comparam-nos logo a grandes pastelarias e grandes nomes da pastelaria francesa".

É certo que a vitrina de pastelaria cria de imediato o ambiente mas Paris está em todo lado. O espaço é alinhavado a branco e cores clarinhas em conjunto com grandes manchas de preto e cores escuras, mobiliário que apela à Paris clássica, flores, espelhos emoldurados ou detalhes com um toque de humor nobre, como a presença de Maria Antonieta ou uns divertidos tabuleiros antropomórficos que, aqui, só servem de decoração, a decorarem as paredes com retratos de animais em pose de realeza. Esta recriação de Paris em Lisboa tem, porém, assinatura portuguesa, resultando de um projecto dos arquitectos David Carquejeiro e Emanuel Jorge Romão, da Alma Quadros, com design de interiores de Susana Camelo.

Nome
Poison d´Amour (ENCERRADO)
Local
Lisboa, São Mamede, Rua da Escola Politécnica, 32
Telefone
213476032
Horarios
Segunda a Sábado das 09:00 às 20:00
Website
http://www.facebook.com/pages/Poison-dAmour/149751221770265
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