Por entre as centenas de restaurantes que povoam as ruas que se alongam a partir da área do porto e da lota de Leixões, haverá que referir que nem todos praticam uma oferta centrada apenas nas variedades piscícolas.
E porque não é assim tão alargada esta espécie de variação de temática, há que saudar aqueles que ousam ir além da oferta marinheira dominante. É entre estes que está o restaurante Grade, casa ao estilo tradicional e que desde há cerca de quatro décadas acolhe uma clientela diversificada, daquela para quem o conceito de boa restauração tem que rimar sempre com mesa farta.
Instalado nos arruamentos mais remotos em relação à frente marítima de Leça da Palmeira, já nas imediações do parque de exposições Exponor, a casa ocupa o piso térreo de um prédio de esquina, do que resulta um espaço duplo, com ampla frente envidraçada e a receber a luz natural mas com conveniente revestimento a impedir a troca de olhares com os transeuntes. Antecâmara de recepção, através da qual é necessário vencer dois ou três degraus para aceder à sala principal, onde se sentam confortável e espaçadamente umas seis dezenas de comensais. Idêntico é o segundo espaço, apenas mais reduzido e, eventualmente, mais recatado.
A decoração é simples, mas de estilo amodernado e elegante, predominando as cores leves e claras. Mesas aparelhadas com toalhas e guardanapos em algodão branco. Pela extensão da carta, logo dá para ver que a coisa é seria e a escolha vasta. Um menu com cerca de 40 pratos, tendo-nos sido depois explicado que ainda não há muito tempo havia mais de 60 propostas ao diário. Com a evolução de pais para filhos, a gerência tem apostado nalguma racionalização e aprimoramento da oferta, mas, como sabiamente aconselha o povo, o caminho faz-se caminhando e há que evitar sobressaltos. Mais a mais quando as coisas correm bem para o negócio.
Para além dos aperitivos quentes e das sopas (do dia, canja de galinha e creme de mariscos), a oferta divide-se por vários capítulos: "Para começar", onde entram mariscos frescos, enchidos e presunto; "A tradição", com peixes e mariscos cozinhados; "Os bifes" em oito versos; "Porco Ibérico", consoante as partes da peça do reco; "Os nossos assados", de cabrito, vitela ou lombo de porco; "Os bacalhaus", em cinco diferentes preparações; "Os nossos peixes", segundo a oferta diária da lota; e "As carnes", onde se incluem os rojões à minhota, posta mirandesa e quejandos.
Só nestes dois últimos capítulos contabilizamos perto de trinta propostas, com os preços (para doses bem generosas) a oscilar entre os dez e os 15 euros. Excepção para o polvo (à lagareiro ou em filetes), que dispara para os 25,5 euros por dose. Também no que respeita aos peixes, a garoupa, rodovalho da costa e a cataplana ou massada de peixes, o preço é marcado ao quilo.
Como está bom de ver, a escolha não é nada fácil e será claramente bem-vindo o tal esforço de racionalização. Anote-se ainda, pela positiva, que nalguns casos há indicação sobre a forma como são obtidas as peças e o método de elaboração.
- Nome
- A Grade
- Local
- Matosinhos, Leça da Palmeira, Rua Brito e Pais, 217
- Telefone
- 0
- Horarios
- Todos os dias das 12:30 às 15:00 e das 19:30 às 22:00
- Cozinha
- Trad. Portuguesa