Fugas - restaurantes e bares

  • José Fernandes
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Do coração para a mesa

À semelhança da anterior morada, a decoração da sala é simples, aproveitando o contraste entre a alvura das paredes e o negro das mesas, preparadas com chemins estampados, copos e pouco mais. Na única superfície que não é branca destaca-se um texto com a definição da palavra mensa, de etimologia latina e que tanto no português como no espanhol evoluiu para o vocábulo "mesa". É pois a ela que passamos para experimentar as derivações culinárias de Walter Oliveira, um cozinheiro autodidacta que deixou uma carreira ligada à economia para abraçar a sua paixão pela cozinha. O seu empenho começa a ver-se na "Travessa de manteigas aromáticas" (1,50 euros) onde três fatias finas com sabores a azeitona, caril, ou alho, deram muito boa conta de si. Melhor atenção merecia a curtíssima carta de vinhos que anda pelas três dezenas de opções, em geral de gamas baixas, a que se juntam algumas sugestões a copo.

A descoberta de sabores que este moçambicano apaixonado faz questão em cruzar começou pelo "Cogumelo Portobello flambeado" (3,75 euros), com o chapéu vistoso e agradável do fungo grelhado na chapa o tempo suficiente para ficar marcado sem perder volume, foi temperado com alho, especiarias e molho de soja, mas acusou excesso de sal para além daquele que o molho habitualmente acrescenta. Os "Quadrados de atum com sementes de sésamo" (4 euros) eram oito cubos preparados de forma simples e gulosa, apenas marcados na chapa e rolados nas sementes brancas e pretas do gergelim, mantendo-se húmidos e carnudos, com o tempero final a vir para a mesa numa tacinha com molho de soja e cebolinho. Pouco interessantes foram as anunciadas "Casquinhas de camarão" (3,75 euros), que na realidade era apenas uma, a saber, concha de vieira recheada com uma miscelânea de sabor indiferenciado onde mal se conseguiam descortinar uns troços de camarão. O resultado era monótono no palato e sem cativar na aparência. Apesar de parecer elaborado de ingredientes e agradável de sabor, a imagem que fica é a de uma amálgama imperceptível.

Mais entusiasmantes eram os pratos principais como o "Teppanyaki, grelhada japonesa" (16 euros) em que uma dose generosa de legumes diversos foi a grelhar (yaki) na chapa (teppan) para guarnecer alguns camarões e tiras de lombo de novilho de boa qualidade, sendo tudo envolvido num molho apetitoso, servido com arroz branco. No "Bife de atum com molho Teriaky" (14,50 euros) destacou-se o clássico molho agridoce japonês, aqui mais delicado que o habitual e com notas de gengibre, o que valorizava ainda mais o belo naco de peixe, cozinhado a preceito, sem secar no interior, e acompanhado por um pratinho de legumes salteados no wok, firmes e saborosos, com cenoura, cebola, couvinha pak choi e cogumelos de Paris laminados. Outra boa surpresa foi o "Porco lacado com arroz birmanês" (14 euros), com fatias do lombo lacadas por fora e rosadas no interior, passadas em molho Teriaky e em boa companhia de um arroz escuro e aromático, rico em legumes e de sabor intenso, com as malaguetas doces a fazerem o contraponto a algum excesso de bacon.

Nome
Restaurante Mensa
Local
Oeiras, Oeiras e São Julião da Barra, Centro Cultural Palácio do Egipto, loja 2
Telefone
912054077
Horarios
Segunda a Sábado das 12:30 às 15:00 e das 19:30 às 01:00
Preço
25€
Cozinha
Contemporânea
Espaço para fumadores
Não
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