Fugas - restaurantes e bares

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Mouradia, a casa de todos na Mouraria

Por Cláudia Sobral ,

A Casa Comunitária da Mouraria quer ser uma porta de entrada para o bairro, aberta a toda a gente. Entre outros planos, propõe jantares e festas, noites de cinema, de tertúlias ou com DJ.

No princípio havia apenas um projecto na gaveta de um atelier de arquitectura. E um edifício da câmara a apodrecer, acabado de herdar pela Renovar a Mouraria. Bastou uma conversa entre as arquitectas do atelier Artéria e os responsáveis da associação para perceberem que aquela era a oportunidade perfeita para dar forma ao Edifício-Manifesto. Para eles e para a Mouraria, que depois de décadas de má fama se ia levantando aos poucos para se transformar num dos bairros mais discutidos de Lisboa, agora por boas razões.

Desde então já se passaram quase dois anos. A obra foi inaugurada em Dezembro de 2012. O manifesto (que era a obra, para provar que a reabilitação urbana é possível e resulta até no edifício mais banal, como era aquele) ficou completo. E o resultado está lá para o vermos, naquele pequenino edifício azul encaixado num beco de escadinhas, junto à Praça da Figueira. Eis a Mouradia - Casa Comunitária da Mouraria, um nome escolhido entre todos e que vem de "Mouraria e moradia, um lugar para morar". A ideia, explica Filipa Bolotinha, uma das responsáveis da Renovar a Mouraria, é que se transforme mesmo numa casa para todos. Será "um local de convívio, cultura, formação e festa". Uma casa para quem vive no bairro, porta de entrada na Mouraria para quem vem de fora. 

Pelo menos os vizinhos já olham para ela assim. Enquanto a conversa prosseguia, entrou no escritório um dos vizinhos com uma surpresa. Filipa abre o embrulho: duas placas com um 8 e um 10, os números de porta da Mouradia, no Beco do Rosendo. E parte da louça arrumada nos móveis da cafetaria também foi doada por um vizinho. "Queremos mesmo que pareça uma casa", explica Filipa e mostra o espaço, no rés-do-chão. 

É esse espaço que vai estar aberto todos os dias, a partir das 17h, e que à noite terá refeições, com uma pessoa diferente a cozinhar em cada dia da semana. Todas as quintas, por exemplo, haverá um ou dois pratos de uma "refeição natural". Aos fins-de-semana abrirá mais cedo, às 10h30, e só fechará às 2h. Haverá concertos, actuações de DJ, tertúlias, noites de cinema. Já reuniram um conjunto de cassetes para as noites de VHS, por exemplo.  

Para respeitar o princípio de que a Mouradia é mesmo uma casa, a cafetaria - que quase podia ser a cozinha da casa de alguém - também está disponível para quem quiser fazer um jantar com amigos. Também o primeiro andar, onde decorrem actividades (de cursos e workshops a iniciativas de apoio aos cidadãos, passando pela medicina alternativa), estará disponível para propostas dos moradores. "As pessoas do bairro merecem um espaço qualificado", diz Lucinda Correia, a arquitecta do Artéria. "Isto não deve ser um capricho de um grupo de pessoas com dinheiro, é uma necessidade genérica." Na agenda também, cursos de alfabetização e de Português para estrangeiros (para servir a população imigrante, que tem um peso significativo no bairro). E um curso de Chinês para portugueses, com um professor chinês que vive na Mouraria.

Para os mais novos, actividades de ocupação de tempos livres e apoio ao estudo, aulas de ballet e de guitarra ou oficinas e workshops - a programação é divulgada no site da associação. A Mouradia - Casa Comunitária da Mouraria, prometem os anfitriões, será um "ponto de encontro entre a cultura bairrista e as inúmeras expressões culturais do bairro".

Nome
Mouradia
Local
Lisboa, Santa Justa, Beco do Rosendo, nº 8
Telefone
218885203
Website
http://www.renovaramouraria.pt
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