Fugas - restaurantes e bares

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    Filipe Nabais e o chef Emanuel Duarte na taberna Nuno Ferreira Santos
  • Taberna Anti-Dantas
    Taberna Anti-Dantas Nuno Ferreira Santos
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    Um monumento: A sopa de peixe e marisco em pão alentejano Nuno Ferreira Santos
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    Surpresa para derreter na boca: Bacalhau com natas em massa de pastel de nata Nuno Ferreira Santos
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    Taberna Anti-Dantas e a homenagem ao manifesto de Almada Negreiros que lhe serve de mote Nuno Ferreira Santos
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    Taberna Anti-Dantas Nuno Ferreira Santos
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    Taberna Anti-Dantas Nuno Ferreira Santos

Viva a taberna. Viva! Pim!

Por Luís J. Santos ,

De Almada Negreiros veio o mote, de um certo século XX português veio um mundo gráfico, da taberna veio a herança e a reinvenção. No centro de Lisboa, vamos à Taberna Anti-Dantas celebrar, em íntimo festim, petiscos portugueses numa casa que tem por manifesto "contar histórias".

Na nossa mesa, restam ainda recortes de vetustas revistas. E uma tesoura. Filipe Nabais está a ultimar mais uma das iconografias da sua recém-aberta taberna. Está a construir o futuro menu, que será, aí assim, um verdadeiro livro de histórias. Estamos na Taberna Anti-Dantas que pode ter apenas quatro meses de história mas tem muitas, muitas décadas na memória, na cultura, na imagética e, claro, nos manjares e vinhos que serve.

À nossa volta, nesta pequena casa onde cabem uns 20 comensais, noutros tempos uma velha tasca galega vinda dos anos de 1930 que seria também mais tarde ponto de encontro de artistas e intelectuais, há um caleidoscópio de boa parte do séc. XX português. De alto a baixo, nem os olhos nem uma visita chegam para abarcar a narrativa construída com centenas de imagens (e colagens) vindas de arquivos e heranças, de revistas de décadas várias, entre Flamas, Século Ilustrado, a Paródia ou até o venerado Orpheu. Há peças de Bordallo ou Júlia Ramalho, gira-discos e bonecas, garrafões-candeeiro, o velho telefone ou o eterno Santo António. E há pastelinhos de bacalhau em massa de pastel de nata, há sardinha no pão, há uma monumental sopa de peixe servida dentro de um pão alentejano.

“O restaurante ajuda a contar estas histórias. É como se fosse um embrulho onde o próprio prato faz parte. À volta vemos os Bordallos Pinheiros e a sopa de peixe vem mesmo num prato Bordallo. Tentamos cruzar todas essas estéticas num mesmo sítio”, diz-nos Filipe, que há muitos anos é DJ e VJ e “escreve” com imagens os seus eventos (não em vão, é o senhor do projecto Valise d’Images). “Há partes exclusivamente gráficas mas a ideia geral é pôr as pessoas dentro de uma revista” de meios do século passado.

Ora vintage e petiscos é o que não falta por Portugal hoje em dia, certo? “Achei inicialmente perigoso por causa do cliché”, confessa Filipe. “E pelas modas que hoje estão com o vintage. Hoje tudo é vintage e tudo é petisqueira. Essas modas podem ser mal-interpretadas.” Mas basta entrar neste mundo de sabores e histórias para ir percebendo que há ali uma direcção que derruba o cliché.

Ao som de um jazz e de uma banda sonora escolhida a dedo, vemos desfilar os petiscos e pratos, uns mais tradicionais, outros entre a “desconstrução” e “reconstrução”, todos a beberem na base da tradição portuguesa. Ao conceito narrativo de Filipe, junta-se aqui o jovem chef Emanuel Duarte (Popi), de 30 anos, que traz também o seu substancial histórico para a cozinha que se prova: para começar, já a avó tinha uma taberna na alentejana Zambujeira do Mar e a família continua a ter restauração na terra. Depois, passou por diversos locais, da Bica do Sapato ao Ministério e Equador, e a sua ideia para os petiscos é comida portuguesa em pequenas proporções, “com uma variedade grande” e com elementos de todo o país, uma “viagem de Norte a Sul”, diz-nos, querendo apostar cada vez mais numa cozinha sazonal e de mercado.

Como boa taberna que é, não faltam escolhas nas bebidas, com uma boa selecção de vinhos portugueses mas também com aposta em outras produções nacionais (do medronho - “o digestivo estrela” e aguardentes aos licores, incluindo uma ginja caseira ainda em produção). No futuro, espera-se um maior desenvolvimento da garrafeira e apostas noutras maravilhas recuperadas. E há mais ideias na forja.

Nome
Taberna Anti-Dantas
Local
Lisboa, São José, Rua de São José, 196
Telefone
917494749
Horarios
Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira e Sexta-feira das 12:30 às 15:00 e das 19:00 às 00:00
e Sábado das 19:00 às 02:00
Website
https://www.facebook.com/pages/Taberna-Anti-Dantas/473554022788092
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