Há petiscos dos bons, quase a qualquer hora. Vai um copo de vinho maduro a acompanhar ou uma malga de verde? Não se preocupe porque no fim há um doce para desenjoar: leite-creme ou arroz doce? Quanto ao café, esse, é de cafeteira e vem servido com um biscoitinho de milho. Até parece que estamos em casa mas é na Leira de Cima, a novidade de Paredes de Coura por estes dias, onde estamos. Não, não é um restaurante. É um bar — ou devemos chamar-lhe a nossa casa fora de casa?
Uma casa à boa maneira minhota, courense com certeza, onde cabe sempre mais um e nunca falta nada. Quer dizer, até pode faltar, mas há sempre alguma coisa em substituição. Aqui só se servem ingredientes frescos, portanto se eventualmente não houver um pratinho de favas estufadas com chouriço, há moelas ou até dobrada. Também há sempre uma sopa, diferente todos os dias. Assim como o doce também varia — se não houver um leite-creme ou um arroz doce, há rabanadas ou um bolo, daqueles caseirinhos.
“Isto parece muita coisa mas é preciso não esquecer que os petiscos são diferentes todos os dias”, diz à Fugas Bárbara Moreira, a responsável pela Leira de Cima. Educadora de infância de formação, há muito tempo que este bar ganhava forma na sua cabeça. Depressa percebeu que o futuro passaria por aqui, longe dos recreios infantis. O “bicho” foi crescendo no Xapa’s, o bar que fica exactamente do outro lado da rua, e do qual também faz parte, e ganhando forma ao longo deste ano.
“A verdade é que não há nada deste género, com petiscos regionais, servidos desta forma e até fora de horas, numa zona em que devia haver”, conta a responsável, que quer dar a conhecer a gastronomia courense. “Somos conhecidos pela nossa comida mas depois se alguém quer provar estas iguarias ou vai a um restaurante àquelas horas certas ou já não dá”, continua Bárbara Moreira, explicando que a vantagem da Leira de Cima é poder provar-se exactamente um bocadinho de tudo.
Um prato disto, um prato daquilo, acompanhados também pelo vinho da zona ou por uma outra bebida qualquer. Afinal, isto é um bar. Bárbara é que destaca o vinho: “Gosto da ideia de servirmos o vinho em copos e malgas, tal como se fazia antigamente nas tascas.”
Foram essas tascas a inspiração de Bárbara. Pensou a Leira de Cima como uma tasca antiga, daquelas onde os nossos avós passavam algum tempo entre amigos. “Queria que fosse algo tradicional mas ao mesmo tempo moderno”, diz a responsável, que abriu a Leira de Cima em Setembro no espaço que era de um antigo notário e que estava fechado há anos.
As obras que fez no espaço foram poucas, conta, porque quis manter a traça que ali existia. Deu uso também às coisas antigas que tinha em casa, de loiça antiga a fotografias ainda a preto-e-branco. Não é uma moda vintage que está a seguir, são antes pequenas histórias que está a contar.
“O que está a acontecer de engraçado é que as pessoas vêm cá e querem também trazer-me coisas antigas que têm em casa, desde notas a garrafas antigas, molduras, pratos. Eu não peço nada, as pessoas é que me trazem”, conta, fazendo um balanço “muito positivo” dos primeiros meses de portas abertas.
- Nome
- Leira de Cima
- Local
- Paredes de Coura, Paredes de Coura, Rua Conselheiro Miguel Dantas, 33
- Telefone
- 251788288
- Horarios
- Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira e Quinta-feira das 14:00 às 22:00
e Sexta-feira das 14:00 às 04:00
e Sábado das 16:00 às 04:00
e Domingo das 16:00 às 22:00
