Agora que já entrámos em Junho e se vai à Afurada sem ser pelo São Pedro, apetece quase dizer que as festas populares são quando um homem quer. Não que haja sardinha assada durante todo o ano — pelo menos da boa, a pingar no pão —, mas antes porque a vila piscatória do outro lado da foz do Douro está cada vez mais próxima. Há melhores acessos, renovadas travessias fluviais e vão aparecendo também restaurantes e casas de petiscos que convocam à visita com maior frequência.
Por tudo isso, e mesmo sem mudar de sítio, a Afurada está agora bem mais próxima e povoada. Não por qualquer efeito directo do fenómeno de globalização, mas também porque as trupes de turistas a vão também descobrindo e explorando. Ajuda ainda a moderna marina de recreio, em cujos edifícios de apoio se instalou o restaurante Carvão, um espaço moderno e acolhedor, voltado ao rio, à foz e a uma gastronomia ancorada no calor das brasas. Com uma carta onde aos peixes da oferta de mercado se juntam algumas “especialidades no carvão”, massas e “pizzas no carvão”, também as propostas para entrada, mariscos e snacks se apresentam como um bom complemento. Ou mesmo alternativa, se a ideia é apenas petiscar ou acompanhar uma bebida, enquanto se contempla o movimento dos barcos, o pôr de sol sobre o mar ou o vai-e-vem da marginal no lado oposto.
As instalações são amplas, de linhas modernas e depuradas, paredes de vidro no piso superior, onde funciona o restaurante, e espaço aberto ao nível inferior, que funciona como bar ao longo de todo o dia. Está-se bem, com vistas e contexto de absoluto privilégio.
Na hora de almoço, quando também é proposto um “menu executivo” (12,50€), optámos pela partilha de algumas entradas. Há também a sopa do dia e uma outra de peixe (2/4€), mas avançou-se directamente para as gambas crocantes (7€), em cinco unidades de belo efeito visual e idêntica satisfação. Depois do polme, são enroladas num fio de batata (tipo esparguete) que depois da fritura confere o efeito crocante que se envolve com o molho agridoce que acompanha.
Boa escolha também com a tábua de charcutaria e queijos (9€), com presunto, salame e salpicão do lombo de grande qualidade, queijo de cabra de pasta mole, de vaca e ainda finas fatias de manchego. Bem apresentado e em quantidade generosa. Igualmente de origem genuína transmontana a alheira no forno (5€), que antecedeu o carpaccio tradicional (9€) com carne de bovino tenra e suculenta, rúcula e raspas de queijo.
Para finalizar a partilha entradeira, a focaccia portuguesa (6€), uma especialidade da casa, de aspecto rústico e sabor profundo. Base de pão ainda com aromas de forno, coberta com queijo, grelos, linguiça e ovos estrelados, mais uma vez em tamanho generoso.
Entre entradas e snacks, as propostas alargam-se a perto de 30, onde se encontra desde os tradicionais bolinhos de bacalhau e tripas enfarinhadas às vieiras coradas ou brioche de salmão fumado com molho de funcho (1,25 a 10€).
A par dos peixes do dia e das cinco propostas de massas (10/13€), as 15 propostas de “pizzas no carvão” (7/12€) reforçam a vocação de uma cozinha de forno que é a alma da oferta culinária, entre as tradições portuguesa e italiana.
- Nome
- Restaurante Carvão
- Local
- Vila Nova de Gaia, Vila Nova de Gaia, Rua da Praia, 602 - Douro Marina
- Telefone
- 967 937 297
- Horarios
- e