Fugas - restaurantes e bares

Daniel Rocha

Petiscos: os do Umaï e os nossos os caracóis

Por David Lopes Ramos ,

Petiscos orientais quem, em Lisboa, os quiser provar, vá ao Umaï, restaurante de Anna Lins e Paulo Morais, dois conhecidos especialistas na matéria. Servem comidas da China, do Japão, da Índia, da Coreia, da Malásia, da Tailândia, do Vietname muito bem confeccionadas e a bons preços. O nosso crítico sentou-se a uma das mesas do Umaï, deu carta branca a Paulo Morais e sentiu-se muito bem tratado.
Do que aqui se trata hoje é de petiscos. De alguns do Umaï, o restaurante de Anna Lins e Paulo Morais, onde nos servem pequenas porções de comidas orientais: japonesa, chinesa, tailandesa, indiana, malaia, coreana e vietnamita. Não é treta, nem é conversa de chico esperto para enganar papalvos. Paulo Morais, do que conheço, é o nosso chefe de cozinha mais sabedor das culinárias citadas, as quais respeita, mas que interpreta de acordo com a sua sensibilidade. De qualquer modo, os produtos, as cores, os aromas e os sabores remetem-nos para as paragens citadas.

Como o almoço estava sossegado, perguntei ao Paulo Morais, que me conhece, se, em vez de um dos menus, me poderia propor uma degustação. Vou tentar explicar como foi, mantendo a sequência de serviço: cornucópias estaladiças de sésamo recheadas com caranguejo real; cestinhos de wonton com salada de manga temperada com cebolinho; tataki de atum, com molho ponzu, rábano fresco e wasabi fresco, lima e cebolinho, conjunto excelente; nigiri de lírio, quer dizer fatias de peixe servidas sobre arroz branco; tempura de caranguejo de casca mole, com um molho adocicado e outro de malaguetas, assunto sério, makimono moriwasi variado: rolos de arroz, cintados com alga ou sementes de sésamo, recheados com caranguejo de casca mole, atum, salmão, manga, pepino, um festival; gyoza vegetarianos, recheados com pasta de manjericão e acompanhados por cogumelos japoneses e sementes de mostarda; bacalhau fresco grelhado com miso e companhia de pickles de pimentos vermelhos, cebola e cenouras.

Seguiram-se dois caris excelentes: vieiras com espuma de caril indiano, sendo que este, além de suave, era muito aromático e de textura amanteigada, servido com rebentos e castanha de caju; e um caril verde tailandês, pungente e fresco, com camarão salteado, miniaturas de maçaroca de milho, curgete, tomate cereja, coentros frescos, hastes de aipo e arroz, que bom que estava; quase a terminar, com o picante a subir, o bolgoki, um prato coreano de carne de bife, pickles de couve chinesa, feijão verde, espargo verde, cebolinha nova, maçaroca de milho miniatura e cogumelo japonês, muito saborido; o final, apaziguador, foi um rolo de papel de arroz com camarão, molho de maçã e hortelã fresca.

A sobremesa foi um bem imaginado bolo de especiarias, espuma de lassi de manga e gelado de pistácio e cardamomo. Às vezes, lêem-se queixas de falta de sobremesas em restaurantes de cozinhas orientais. A explicação é simples. Excepção feita à Índia e, de alguma maneira, à Tailândia, não há grande tradição de doçaria em tais paragens. Bebeu-se, de uma carta de vinhos que privilegia os brancos, os mais recomendáveis para sabores maioritariamente agridoces e picantes, o belíssimo Covela de 2008 (16 euros). Os preços dos petiscos situaram-se entre os 4 e os 8 euros cada. Custo total da refeição: 72,60 euros. Há vinho a copo e cerveja japonesa à pressão. O serviço informa sobre a composição de cada prato e é simpático na dose certa. O Umaï é um restaurante muito recomendável.

Nome
Umaï
Local
Lisboa, Lisboa, Rua da Cruz dos Poiais
Telefone
213958057
Horarios
Segunda a Sexta das 12:30 às 15:00
Terça a Sábado das 19:30 às 23:00
Website
http://restauranteumai.blogspot.com
Preço
30€
Cozinha
Fusão
Espaço para fumadores
Não
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