Fugas - restaurantes e bares

  • Rui Farinha
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Festival de sabores e produtos frescos do Alto Minho

Uma densidade que junta sabor e frescura e que torna únicas coisas como as batatas cozidas e os grelos salteados que acompanharam o polvo vitela grelhado (15€) regado com azeite e alho. A mesma envolvência no bacalhau à lagareiro (11€), que veio à mesa em assadeira de barro, com corpulentos dentes de alho e rodelas de cebola translúcida. Bom azeite, bacalhau da peça (com piquinho salgado, como por aqui se gosta) e a decompor-se em lascas firmes, tudo a acentuar sabores e texturas.

Mesmo única é a carne das vitelas que povoam os prados daquela zona, que se adentra já pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Alimentam-se sobretudo da erva fresca e macia dos prados encharcados em que vão crescendo e isso nota-se também no prato. Também cheirosa e suculenta nos medalhões Rossini (13€) com chalotas e molho de estragão. Não mereciam mesmo a banalidade das batatas fritas e o arroz com cenoura que os acolitaram.

Rabanada de Vinhão

O mesmo festival de sabores nas sobremesas. Por entre estimulante oferta provaram-se o bolo de mel, charutos com doce de ovos e o bolo de discos, numa trilogia arcoense em minidoses (3,20€). Destaquem-se os discos, de massa de amêndoa, sobrepostos e entremeados com um doce de ovos e uma mistura de amêndoas doces e amargas moídas a equilibrar a doçura. Muito boas mesmo as rabanadas desta época natalícia segundo a tradição regional mas confeccionadas com mão de mestre. Fofas e suculentas, mas ao mesmo tempo firmes e crocantes, e quase sem rasto da fritura. Além da comum versão da confecção com leite e ovos, também uma especialíssima, que é embebida no épico vinho verde Vinhão da região. A cor carregada e o cruzamento entre o açúcar e a potente acidez do vinho dão-lhe um sabor único que é mesmo arrebatador.

Além dos pratos degustados, a lista do dia, ao jantar de sábado, propunha parrilhada do mar com gambas Jumbo (35€); pescada fresca, grelhada ou em filetes com arroz de feijão malandrinho (14,50€); filetes de polvo com o mesmo arroz (15€); bacalhau (frito com cebolada) à moda da casa (11€); espetada de lulas ou de gambas (12/16€); ou cherne grelhado (16€). Quanto a carnes, a oferta passava por panadinhos, posta, costeleta, bife ou lombinhos de vitela (8,50/13€) e taquinho, o bife do lombo de boi (8,50/13€).

Carta de vinhos focada no Douro e Alentejo com oferta alargada e a preços equilibrados, apesar de pontuada por alguns vinhos de nicho, com preços a disparar para cima dos cento e muitos euros. Para uma casa que prima pelo melhor dos gostos e sabores da região, não fica bem uma tão exígua oferta de verdes, com apenas um ou dois ou três dos bons vinhos que se produzem na região.

Simpática e merecedora de forte aplauso a utilização da louça de Viana, que, além de bonita, é outra vertente das manifestações do culto gastronómico minhoto. Pintada à mão e em motivos de azul, leva sempre a respectiva assinatura, pelo que bem podemos dizer que neste festival do melhor dos sabores do Alto Minho tivemos também a simpática companhia de Cândida e de Olívia, as autoras dos pratos em que fomos servidos.

Nome
Restaurante Costa do Vez
Local
Arcos de Valdevez, Salvador, Quinta de Silvares
Telefone
258516122
Horarios
Terça a Domingo das 12:00 às 15:00 e das 19:00 às 23:00
Website
http://www.costadovez.pt
Preço
25€
Cozinha
Portuguesa
Espaço para fumadores
Não
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