Fugas - restaurantes e bares

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Festival de sabores e produtos frescos do Alto Minho

Por José Augusto Moreira ,

O segredo está na qualidade dos produtos e no respeito pelas receitas da mais profunda tradição minhota. À mesa desfilam sabores únicos que nos enchem de satisfação.

Embrenhados na voragem dos dias da vida urbana, temos cada vez menos presente que os produtos culinários nem sempre vieram dos mercados, das câmaras frigoríficas ou das embalagens em vácuo. A cozinha e a arte de cozinhar, ou seja, a transformação de produtos frescos em comida, que se quer saudável e saborosa, atinge sempre a sua dimensão mais básica e essencial quanto maior é a proximidade entre os produtores e o consumidor.

Tudo isto vem a propósito dos sabores profundos e naturais das comidas do restaurante Costa do Vez, uma cozinha onde tudo deriva da qualidade de produtos imaculadamente frescos e receitas da mais profunda tradição minhota. A frescura e a natureza entranham-se-nos mesmo antes de nos sentarmos à mesa. O restaurante, que é já uma espécie de clássico de Arcos de Valdevez, fica já na saída da urbe, em direcção a Monção. Até lá tudo é verdejante e puro, enquadrado pelas saltitantes e cristalinas águas do Vez, que corre ali mesmo a par da estrada e ao fundo da propriedade que alberga a típica casa de comidas.

No princípio era apenas o restaurante, ocupando os baixos do casarão granítico da Quinta de Silvares. Rodeado de prados e hortas a espirrar de verde, tanque de pedra com água a correr e as típicas ramadas de vinha a enquadrar a propriedade e a propiciar agradável sombra quando, em tempo de Verão, há mesas postas no exterior. Com a procura e o crescimento do negócio, haveria de nascer mesmo ao lado um inestético edifício de três andares, que acolhe uma albergaria com 28 quartos, cujos méritos de acolhimento e conforto, no entanto, não conhecemos.

São duas as salas complementares que compõem o restaurante, com capacidade para receber com todo o conforto mais de uma centena de comensais. Tectos altos exibindo a madeira do soalho do piso superior, paredes de granito e azulejaria de tons azuis na parte inferior. Mesas aparelhadas com toalhas alvas e baixela ajustada. No enquadramento acolhedor e apropriado destoa apenas o fardamento do pessoal, com calças e coletes que remetem mais para um estilo de circo e pose de funcionalismo. E nem havia necessidade, como dizia o personagem de Herman José. Também a lista, parecendo elencar as mais comuns trivialidades culinárias, ajuda a adensar um pouco o ambiente. É a comida que tudo resolve.

Cestinho com broa de milho e pão de mistura, salada de feijão com atum e sardinhinhas em escabeche (1,75€). Só isto, antes dos pedidos, é bastante para que logo se abram os rostos de satisfação. Coisas básicas e aparentemente comuns, mas que são a chave para se entrar no segredo dos sabores deste Costa do Vez. É que a broa de milho e o feijão tarrestre são dois dos três produtos do concelho que integram a exclusiva lista da arca do gosto da Fundação Slow Food. O terceiro é a laranja do Ermelo, e diga-se ainda que da famosa lista mundial constam apenas mais outros três produtos do nosso país (o queijo de Serpa, o enchido mirandês e o alentejano doce de escorcioneira).

Os sabores densos e genuínos de produtos frescos e imaculados são a essência da oferta da casa, onde não faltam também os peixes do dia, que as novas vias rápidas ajudam a chegar da costa de Viana ou da Póvoa de Varzim.

Nome
Restaurante Costa do Vez
Local
Arcos de Valdevez, Salvador, Quinta de Silvares
Telefone
258516122
Horarios
Terça a Domingo das 12:00 às 15:00 e das 19:00 às 23:00
Website
http://www.costadovez.pt
Preço
25€
Cozinha
Portuguesa
Espaço para fumadores
Não
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