Na Tasca do Jaime, pequena e acolhedora, acotovelam-se fadistas, ouvintes e turistas em busca do genuíno. Uma pequena multidão que se espalha à porta e ouve fado com o som do eléctrico 28 a passar.
Um corredor que fica apinhado de gente, ao longo de um balcão de pedra e meia dúzia de mesas, cercadas de retratos de fadistas, guitarras, concertinas e violas. Um microfone que cai do tecto serve a todos e sucedem-se as vozes, umas surpreendentes, como Fernanda Proença (conhecida como Pimpona, "foi por causa do meu marido, Pimpão"), que tanto sorri como lança um sentido fado com Alfama na voz. Aos 63 anos, canta fado por todo o lado porque preenche-lhe a alma, preenche-lhe "o corpo inteiro".
Ou como João Ferraz, que, de sobretudo e chapéu escuros lança o seu fado original onde se canta "património nacional nunca pode ser estrangeiro" em Fado Seixal e se pede a antropólogos e musicólogos que deixem o fado em paz. "É o meu grito", confessa.
Jaime Nunes, também dado a cantar o seu fado, conta que isto começou em 1993, aos poucos, e o êxito tem vindo em crescendo. Para muita gente, e para si próprio, diz, o fado "é um escape". E avança também ele para o canto do fadista: "...Vai dizer adeus à Graça / Que é tão bela, que é tão boa..."
E acompanhamos todos, enquanto um pastelinho de bacalhau fumega ainda na mão.
Comer e beber
Fados aos sábados e domingos, das 16h às 20h. Há vários petiscos e pratos. Entre as especialidades chouriço assado (€8), prato de tapas (€15), pastel de bacalhau (1,20) - Imperial a €1,50, taça de vinho a €1,50.
- Nome
- Tasca do Jaime Nunes
- Local
- Lisboa, Graça, Rua da Graça, 91
- Telefone
- 218881560
- Horarios
- Todos os dias das 09:00 às 21:00
- Preço
- 10€
- Cozinha
- Petiscos
- Espaço para fumadores
- Não