Fugas - restaurantes e bares

  • Paulo Pimenta
  • Fernando Sá, cozinheiro
    Fernando Sá, cozinheiro Paulo Pimenta
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Não há nada como o bacalhau da Julinha

Mas nem só deste espécime vive o restaurante. A lista é ampla e diversificada, oferecendo a generalidade dos pratos mais emblemáticos da cozinha regional. Os sabores são os de sempre, valorizados pelo apuro técnico e criteriosa escolha dos produtos. Isso mesmo pudemos igualmente comprovar com a deliciosa posta de vitela assada (16 euros por meia dose). Nacos do nispo envoltos em gordura que se deixavam esfiar e quase se dissolvem na boca. Chegam à mesa na assadeira que vai ao forno, devidamente acompanhados por gomos de batata com igual tratamento.

A par da ementa tradicional, há também um conjunto de apelativos pratos de inspiração (e produto) da Galiza, como é o caso das "carrilheiras" de vitela assadas em redução balsâmica, o entrecôte com degustação de mostardas ou a costela maturada de boi galego. O mesmo se diga em relação à ampla lista de entradas, que incluem coisas como vieiras com manga e mi-cuit ou um revuelto de grelos com gambas.

Provámos os pimentos de piquillo recheados (cebola confitada e alheira) e queijo gratinado, umas lâminas de presunto, igualmente galego e de textura similar ao nosso bízaro, e portuguesíssimos bolinhos de bacalhau. Tudo muito correcto e saboroso e a quatro euros a dose.

A tendência galega, quisemos saber depois, decorre do facto de Fernando Sá, que, ao que parece, é quem gere actualmente o negócio, ter feito a formação na Escola de Hotelaria e Turismo da Galiza, em Santiago de Compostela, onde se abastece e mantém abundantes contactos no meio gastronómico. Segundo contou, chegou a ter um negócio na cosmopolita praia de Sanxenxo, que obteve grande êxito mas funcionou apenas durante um ano - de Novembro de 2008 e Novembro de 2009 - por desavenças com o sócio local. Chamava-se D. Bacalhau, e além dos pratos do dito os espanhóis adoravam também os arrozes. "Pediam-me arroz branco para entrada e ainda hoje tenho clientes que me ligam para lá ir cozinhar uma arrozada", conta o chef, com evidente orgulho.

Para além do aprumo culinário e da qualidade dos produtos, no Julinha há também bons vinhos - sobretudo do Douro e Alentejo mas nenhum do Dão -, se bem que nem todos se encontrem na lista. O serviço é solícito, cooperante e prazenteiro, a condizer com o estilo de acolhimento familiar que a casa procura imprimir.

Nome
Restaurante Julinha
Local
Trofa, Santiago (Bougado), Rua Dr. Avelino Padrão, 1771
Telefone
252419486
Horarios
Segunda das 12:30 às 15:00
Terça a Domingo das 12:30 às 15:00 e das 19:00 às 22:00
Website
https://www.facebook.com/restaurantejulinha
Cozinha
Trad. Portuguesa
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