Eles surpreendem quem não trouxe binóculos, já que os corvos marinhos são aves de porte razoável e a esta distância mais parecem pombos. Também significa que funcionam como um excelente contraponto para a maior escarpa calcária litoral da Europa - 380 metros do alto até à base da falésia, praticamente na vertical. A única maneira de entrar na gruta com mais de cem metros de comprimento é praticando escalada ou chegando por mar, mas nem uma coisa nem outra estão ao alcance da maioria dos mortais.
Outra maneira de dizer, que este recanto da Serra do Risco, tal como antes as profundezas do Espichel, oferece essa sensação única de mergulho numa natureza remota, ainda primeva ou por humanizar. Que essa fruição do selvagem, do mágico ou de pré-científico, seja possível graças a uma excursão científica especializada na genealogia da terra é uma segura ironia. Uma dessas ironias só possíveis numa época em que a ciência sonha em sair de si e ganhar asas lúdicas.
Ciência Viva no Verão
Programa: "As grutas que escondem as águas subterrâneas da Serra da Arrábida"
Próximas visitas: 8 e 9 de Setembro, 10h
Inscrições: actividade gratuita, inscrição obrigatória, até 20 participantes (maiores de 8 anos). Com lista de espera, mas há sempre desistências.
Local de encontro: Castelo de Sesimbra
Requisitos: viatura própria, agasalhos, botas de campo, chapéu, farnel, água e protector solar.
Informações (visita): www.cienciaviva.pt
Informações (geologia): www.sesimbra.com | www.spe.pt | www.icnf.pt | run.unl.pt