Fugas - viagens

  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Lisboa, Till Lassmann
    Lisboa, Till Lassmann
  • Lisboa, Till Lassmann
    Lisboa, Till Lassmann
  • Lisboa, Till Lassmann
    Lisboa, Till Lassmann
  • Lisboa, Till Lassmann
    Lisboa, Till Lassmann
  • Por Lisboa
    Por Lisboa
  • Por Lisboa
    Por Lisboa
  • Por Lisboa
    Por Lisboa
  • Por Lisboa
    Por Lisboa
  • Porto, Till Lassmann
    Porto, Till Lassmann
  • Porto, Till Lassmann
    Porto, Till Lassmann
  • Porto, Till Lassmann
    Porto, Till Lassmann
  • Ricardo Cabral, Berlim
    Ricardo Cabral, Berlim
  • Ricardo Cabral, Berlim
    Ricardo Cabral, Berlim
  • Ricardo Cabral, Berlim
    Ricardo Cabral, Berlim
  • Ricardo Cabral, Hamburgo
    Ricardo Cabral, Hamburgo
  • Ricardo Cabral, Hamburgo
    Ricardo Cabral, Hamburgo
  • Projecto Comic Transfer: Paris por Paula Bulling
    Projecto Comic Transfer: Paris por Paula Bulling
  • Projecto Comic Transfer: Reinhard Kleist, Siracusa, Itália
    Projecto Comic Transfer: Reinhard Kleist, Siracusa, Itália
  • Projecto Comic Transfer: Reinhard Kleist, Itália, Piazza Garrafello, Vucciria
    Projecto Comic Transfer: Reinhard Kleist, Itália, Piazza Garrafello, Vucciria
  • Projecto Comic Transfer: Ramo Bellmann, Berlim-Beirute
    Projecto Comic Transfer: Ramo Bellmann, Berlim-Beirute
  • Projecto Comic Transfer: Nicolas Wild, Beirute (Jardim da Universidade Americana)
    Projecto Comic Transfer: Nicolas Wild, Beirute (Jardim da Universidade Americana)
  • Projecto Comic Transfer: Nicolas Wild, Beirute
    Projecto Comic Transfer: Nicolas Wild, Beirute
  • O mapa do Projecto Comic Transfer
    O mapa do Projecto Comic Transfer

Continuação: página 2 de 2

Desenha-me a minha cidade, passo a passo

Um quarto de hora depois mudamos de paisagem. E de desafio. De frente para a Avenida da Liberdade, e ainda no miradouro, mede-se o horizonte com os dedos. Vamos percebendo que Till é fã desta forma de desenho colectivo, que tem como resultado final uma obra que se distingue na singularidade que cada artista coloca no papel.

Enquanto isso, Ricardo vai aproveitando para desenhar os urban sketchers. Para escolher o que vai desenhar, Ricardo elege os sítios onde se sente mais confortável: "Se há sol, é onde há sombra; se chove é onde há abrigo", explica, acrescentando que, depois, "é claro que há a questão do contexto, se o edifício é novo ou velho ou tem alguma história". Um dos locais mais escolhidos para completar os diários gráficos são os cafés, que têm, como destaca Till, a particularidade de ser o café em si mesmo uma "tinta" para o desenho. Enquanto espera pelo seu, Till desenha os caracóis de uma rapariga que ali pára. O café chega e ele mergulha o dedo na chávena, deixando que o líquido pinte os caracóis castanhos. "Perfeito", legenda.

Numa pausa, sem largar a caneta, conta como foi visitar o Porto, "uma cidade linda mas com muitos edifícios abandonados". Na Invicta, foi a obra do italiano Nicolau Nasoni que lhe "roubou" mais tempo. Os 75 metros de pormenores, próprios do estilo barroco, que acompanham a Torre dos Clérigos demoraram 45 minutos a serem transpostos para o papel. "Já estava a começar a ficar aborrecido", confessa Till Lassmann.

"Apenas dedico a um desenho o tempo que quero dedicar, quando começo a ficar farto paro", explica, acrescentando que desenha porque se diverte. E isso nota-se. Till mantém um sorriso sereno enquanto contempla a paisagem e deixa que algo lhe conquiste a atenção. Não demora mais do que fracções de segundos a olhar para o objecto que reproduz e alterna rapidamente o olhar entre ele e o papel no qual esboça. Enquanto o faz, pergunta "Estão a divertir-se?", e, perante as respostas afirmativas que acompanham um novo traço no papel, retoma o trabalho, sorrindo.

Somos convidados a participar, improvisando um espaço para desenhar num bloco de notas, por sorte de folhas lisas. O mais difícil é começar, escolher o primeiro traço e colocá-lo no papel, mas arriscamos - sai-nos ao lado. É então que surge Till. "Posso?", pergunta, enquanto estende a mão para o bloco. Em menos de cinco segundos, em traços rápidos e imperfeitos, desenha as sombras principais do edifício e devolve o bloco.

O desenho surge agora de uma forma natural, que aqui não precisa de se preocupar com linhas direitas ou janelas perfeitas. "Fazer demasiado é matar o desenho", afirma o artista alemão. "O segredo está em não o acabar, fazer apenas o suficiente", acrescenta, sublinhando aquela que é uma opinião transversal aos participantes, que acenam com a cabeça. "Às vezes, quando tentamos desenhar de mais um objecto, acabamos por estragar todo o trabalho", defende uma das estudantes de Belas Artes.

No final do dia restam desenhos, muitos desenhos, um olhar mais atento e uma mão mais livre. O resultado de alguns dos trabalhos dos artistas convidados para o projecto está em exposição no Instituto Goethe até dia 16 de Novembro.

--%>