Fugas - vinhos

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    Quinta de San Joanne Superior
  • Muralhas de Monção, ícone dos vinhos brancos nacionais
    Muralhas de Monção, ícone dos vinhos brancos nacionais
  • Um injustamente pouco comentado Duas Quintas Reserva
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    Redoma Reserva branco
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    Coche, "um branco que vai sobressaltar muitas almas"

Tempo de brancos

Por Rui Falcão

O tema é recorrente e acaba por regressar todos os anos logo aos primeiros dias de Primavera: é o retorno sazonal aos vinhos brancos. 

Por muito que se insista no tema, por muito que se tente exercer algum tipo de pedagogia no consumo de vinhos brancos ao longo de toda as estações do ano, a verdade é que a apetência pelos vinhos brancos redobra na Primavera, depois de meses de abandono em favor de vinhos tintos mais quentes e encorpados.

Nem mesmo o renascer mais que evidente dos vinhos brancos durante os dois últimos anos conseguiu contrariar a tendência para esquecer que existem vinhos brancos de Inverno capazes de suportar os pratos mais pesados da estação, vinhos mais sólidos e gordos, com estrutura suficiente para os dias frios que pediam pratos e vinhos mais robustos. Mas adiante que agora é tempo para falar dos vinhos mais frescos e ligeiros que já se adivinham nas prateleiras, brancos de colheitas recentes, maioritariamente do ano anterior, prontos a entrar em acção para refrescar os dias de calor e luz que se avizinham.

Quem diria que os vinhos brancos portugueses poderiam alcançar semelhante estatuto e qualidade? Quem diria que os vinhos brancos poderiam passar de parente pobre a tal patamar qualitativo, surpreendendo interna e internacionalmente com um estilo e personalidade que poucos suspeitavam poder ostentar? Quem diria que para além da região do Vinho Verde, de que sempre se soube ser uma região abençoada para os vinhos brancos, a Bairrada, Douro e Dão seriam igualmente poiso perfeito para vinhos brancos impressionantes, frescos e simultaneamente sérios e sedutores?

Quem diria que um país que acreditou, lamentou e jurou a pés juntos ter variedades brancas pouco interessantes, a anos-luz do carácter e idoneidade demonstrado pelas principais castas tintas iria mais tarde descobrir o potencial e alegria de castas tão extraordinárias e nobres como o Loureiro, Avesso, Encruzado ou Bical, para além do Alvarinho de quem já se sabia ser uma casta superior? Quem diria que mesmo nas regiões mais a sul, Alentejo, Setúbal, Lisboa e Tejo, de clima mais quente e fogoso, alegadamente menos propício para os vinhos brancos, também iriam nascer vinhos brancos frescos, minerais e tensos, sem o peso e o calor que em tempos se associavam ao sul de Portugal?

A evolução tem sido grande e hoje é fácil encontrar vinhos brancos extraordinários em todas as regiões do país, com essa alegria especial de por regra os vinhos brancos serem propostos a preços comedidos e mais atraentes que os vinhos tintos do mesmo patamar. No Vinho Verde é fácil destacar os vinhos Soalheiro e Quinta do Ameal, vinhos sérios e descontraídos, dois dos rótulos que melhor interpretam a natureza da região oferecendo um retrato perfeito do estilo e carácter das castas Alvarinho e Loureiro.

Mas na região o que não falta são vinhos brancos merecedores de destaque, com evidência para o Deu la Deu, nomeadamente na versão Grande Escolha, Quintas de Melgaço QM Alvarinho, Reguengo de Melgaço, Dona Paterna, Quinta da Lourosa, Alvaianas, Muros de Melgaço, Casa do Valle Grande Escolha, Quinta de San Joanne Superior, Afros Loureiro, Casa de Oleiros e esse verdadeiro ícone dos vinhos brancos nacionais que é o Muralhas de Monção, imagem de marca de uma das melhores relações qualidade/preço no mercado.

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