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Samaná

Samaná Luís Maio

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Samaná: Praia e autenticidade na República Dominicana

Os ilhéus calcários, que se elevam 30 e 40 metros a pique sobre as águas, formam uma espécie de cortina que bloqueia os ventos, fazendo de Los Haitites a zona com maiores índices de pluviosidade da ilha (2000-2500 mm anuais). É, por consequência, uma região de floresta húmida, pântanos e mangais, onde se dão bem pequenos peixes e mariscos, que servem de sustento à sua extraordinária biodiversidade.

O interior do parque é impenetrável, à excepção de um pequeno trilho de quatro quilómetros, delineado a partir de Sabana de la Mar, povoação que marca o limite inferior da área classificada. O principal acesso faz-se por barco, em excursões de lancha que partem de Sabana, ou então de Sanchez, na fronteira setentrional do parque. O que mais deslumbra pelo caminho são as falésias costeiras cobertas de floresta cerrada e os mogotes carregados de pássaros de todos os tamanhos e feitios, desde garças a pelicanos, passando por pombos e abutres. As principais paragens em terra firme fazem-se à beira de grutas, esculpidas em terrenos calcários pela constante erosão das águas.

Três dessas grutas exibem pictogramas, isto é, desenhos pintados nas paredes à maneira de grafitos pelos indígenas Taíno (exterminados pouco depois da chegada de Colombo). O destino mais comum das lanchas é a Gruta da Linha, assim chamada pela contiguidade com o antigo terminal da linha ferroviária que ligava as plantações locais de cana do açúcar e banana com a capital dominicana.

Há muito que estas explorações agrícolas foram desafectadas e o que resta da linha é uma fila de pedras, que agora mais parece uma obra de land art. Os motores das lanchas costumam também calar-se à beira da gruta de São Lourenço, sem acesso por terra, mas onde desemboca um riacho, que oferece aos turistas a oportunidade de mergulharem em água doce.

Outra maravilha natural onde também se vai a banhos é o Salto El Limón, junto da aldeia do mesmo nome, a cerca de três quilómetros de Santa Bárbara de Samaná. Trata-se de uma cascata monumental formada por três quedas de água que se precipitam de 47 metros de altura, para se juntarem numa piscina natural, suficientemente profunda para os chamados "Tarzans do Limón" desempenharem saltos acrobáticos lá de cima.

Os visitantes podem chegar a pé, através de um trilho de apenas um quilómetro, mas que para lá é sempre a subir e quando chove é impraticável. O que torna mais recomendável os programas que oferecem a cobertura do trajecto a cavalo mais almoço por cerca de 25€, organizados pelos agricultores que vivem à beira da estrada.


Pitoresco garantido

Em Punta Cana toda a gente é de fora, inclusive os dominicanos que lá estão a trabalhar. Muito pelo contrário, a Península de Samaná tem uma população de 100 mil residentes, a maior parte dos quais se dedica a actividades tradicionais, como a agricultura e a pesca. É uma segura mais-valia, que confere à província uma autenticidade inverificável em destinos das Caraíbas mais turísticos, Sobretudo quando a maior parte desta população vive e trabalha literalmente, ou quase, no meio da rua.

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