É tempo de todas as especulações quando faltam apenas algumas horas para que seja anunciada a lista dos melhores restaurantes do mundo em 2013, uma iniciativa da revista britânica Restaurant.
Este ano, a esperança do Brasil cresceu depois de Alex Atala (D.O.M.. São Paulo) ter sido escolhido como uma das 100 figuras mais influentes pela revista norte-americana Time.
Aliás, o próprio Redzepi, cujo Noma de Copenhaga conquista o título de "melhor do mundo" há três anos consecutivos, parece já ter feito a passagem de testemunho, antes mesmo dos anúncios oficiais. Numa entrevista à Folha de São Paulo, o chef dinamarquês disse: “As pessoas estão sempre atrás do próximo big thing. Permanecer no posto por três anos seguidos já foi além do que eu poderia querer. Se o próximo big thing for da América do Sul, eu vou achar mais do que maravilhoso. Tudo conspira para isso [que Alex Atala seja o número 1]. "Ele faz muito mais do que cozinhar”, sublinha.
Recorde-se que o Noma sofreu recentemente um "desaire" com a notícia de que várias pessoas tinham sofrido uma intoxicação alimentar no restaurante dinamarquês, embora a votação para a lista já estivesse fechada quando tal ocorreu. Ainda assim, serviu para aumentar a expectativa que rodeia a revelação dos melhores restaurantes do mundo.
A Espanha aguarda também por voltar a ver em primeiro lugar uma das suas estrelas, depois de um longo reinado do entretanto encerrado elBulli de Ferran Adrià - candidatos bem posicionados são o Celler de Can Roca dos irmãos Roca (Girona) e o Mugaritz de Andoni Luis Aduriz (País Basco), respectivamente 2.º e 3.º na edição anterior.
Em 2012, Portugal conquistou pela primeira vez um lugar entre os 50 primeiros, com o Vila Joya do chef Dieter Koschina (Algarve), que entrou para a 45ª posição (subiu da 79.ª). Outro português, Nuno Mendes, do restaurante O Viajante, em Londres, fez também uma entrada para os 100 melhores, ocupando desde o ano passado o 80º lugar.
Na verdade, o que se vai fica a conhecer hoje à noite é a lista dos 100 melhores do mundo, embora a iniciativa, que começou em 2002, se tenha tornado famosa com o nome The World's 50 Best Restaurants. Os votos são dados por um painel internacional de mais de 900 figuras ligadas ao mundo da restauração e gastronomia e não há uma lista de critérios pré-definida, o que torna a escolha mais aberta (e, portanto, com maiores probabilidades de surgirem surpresas) do que a do guia Michelin, que atribui estrelas (num máximo de três) aos melhores.
As regras são: cada membro do painel de votantes escolhe sete restaurantes, dos quais três obrigatoriamente fora da sua região, e onde tenha comido uma refeição nos últimos 18 meses. A escolha é de restaurantes e não de chefs, e ninguém pode votar num restaurante com o qual tenha alguma ligação. De resto, os critérios são pessoais.
Os organizadores sublinham que uma queda na lista não significa necessariamente que um restaurante tenha piorado, podendo apenas ser "uma indicação de alterações nos gostos culinários" ou sinal de que "uma determinada área geográfica se tornou mais importante". Esta segunda à noite, numa cerimónia que decorre em Londres e é transmitida em live streaming na Internet, saberemos se o ano traz alterações de gosto ou mudanças geográficas no mundo da gastronomia.
World's 50 Best Restaurants - Top 10 de 2012
1 - Noma (Dinamarca)
2 - El Celler de Can Roca (Espanha)
3 - Mugaritz (Espanha)
4 - D.O.M. (Brasil)
5 - Osteria Franciscana (Itália)
6 - Per Se (EUA)
7 - Alinea (EUA)
8 - Arzak (Espanha)
9 - Dinner (Reino Unido)
10 - Eleven Madison Park (EUA)
