O governo de São Tomé e Príncipe prepara um concurso internacional para a recuperação das casas coloniais das antigas roças. O objectivo é dar-lhes utilidade turística.
"O governo está empenhado em lançar um concurso público internacional para que nós possamos, por um lado preservar o aspecto arquitectónico dessas casas coloniais, e, ao mesmo tempo, permitir que haja um desenvolvimento do turismo rural, turismo ecológico", anunciou o primeiro-ministro são-tomense, Gabriel Costa, que intervinha no encerramento da Semana Nacional do Turismo.
São mais de três dezenas de casas e hospitais construídos no período colonial, nas antigas roças do cacau, café e coconote.
Em 1989, no âmbito de um Programa de Ajustamento Estrutural (PAE), imposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e financiado pelo Banco Mundial (BM), o governo são-tomense executou um programa de reforma fundiária e privatizou as 14 empresas agrícolas do país e retalhou suas terras.
Essas casas mantiveram-se como propriedade do Estado que, no entanto, não conseguiu mantê-las.
"Essas casas representam um passado histórico, em que estão as memórias daqueles que com o seu sangue e suor regaram as plantações do cacau e do café", explicou Gabriel Costa, considerando que as casas se encontram num estado de "degradação bastante avançado".
"É preciso que nós não deixemos morrer aquilo que eu considero a nossa memória colectiva", acrescentou.
O governo de São Tomé e Príncipe pretende agora recuperar essas infra-estruturas e dar-lhes utilidade turística.
"É uma forma de desenvolver o turismo rural e ecológico que tem ganho uma dimensão bastante importante a nível internacional", sublinhou o chefe do executivo são-tomense.