Fugas - restaurantes e bares

Luís Ramos

Continuação: página 2 de 4

Brancos refrescam ainda mais ao ar livre

Ou nao fosse o Majestic um icone turistico do Porto, fervilhante de turistas, mapa no bolso e maquina fotografica na mao. Sao eles os grandes consumidores de vinho aqui, no cafe das Rua de Santa Catarina . conhecem o vinho do Porto, o Mateus Rose e pouco mais explica Joel Moreira. Por isso pedem opiniao. Nos perguntamos que tipos de vinhos apreciam para podermos aconselhar melhor. É transversal essa curiosidade pelo vinho nos estrangeiros, confirma Batata Cerqueira Gomes, em cujos Twin`s se cuida especialmente o vinho, com retornos mais visiveis no Baixa - "Se ha aposta ganha aqui e a do vinho", afirma. E o motivo, cre, sao os turistas . este e o Twin`s que mais os atrai devido a localizacao central na cidade - que tem uma curiosidade especial pelo vinho do Porto e pelos vinhos de mesas portugueses.

No Clube Ferroviario, refere Mikas, o movimento de turistas não é significativo "algo a trabalhar" mas no seu anterior "O Terraço", esplanada lisboeta afamada, era intenso e curioso. "Os estrangeiros consomem mais", afirma, "e percebem de vinho". No Bairro Alto Hotel são eles os maiores consumidores também, mas os portugueses já começam a intrometer-se no ritual.

"Com os portugueses ainda está um bocadinho associado aos tascos, entre os estrangeiros é bem normal tomar um vinho", analisa Joel Moreira. "Tasco" é uma palavra ainda muito referida quando se fala do consumo de vinho em Portugal parece ainda dominar a mentalidade de que esse é o habitat natural do vinho fora das refeições. Algo que continua a chocar Rui Sousa que encontrou em França "um respeito" absoluto pelo vinho, visto até como símbolo de 'status': é um país produtor, reflecte, mas Portugal também o é. Porém, a (r)evolução chegou nos últimos anos e o consumo de vinho em bares e esplanadas se começou a intensificar. "De há dois ou três anos para cá o crescimento do consumo é brutal", afirma Batata Cerqueira Gomes. "O vinho antes era da tasca, agora é chique".

A copo

Consumidora de há muitos anos, Silvana Ribeiro vê o fenómeno do consumo de vinho em dois extremos: "Por um lado nos tascos, por outro nos sítios mais cosmopolitas"; por um lado ainda marginalizado, por outra "a moda". Se calhar é um efeito de contágio: as pessoas pedem mais vinho porque há vinho disponível em mais sítios, e há vinho disponível em mais sítios porque as pessoas pedem mais vinho. E quando se vê alguém com um copo de vinho na mão, arrisca Silvana Ribeiro, há curiosidade afinal, há todo um estilo de vida que se percepciona num copo de vinho, continua enquanto aponta para um copo que alguém segura pela base na esplanada do Candelabro: "É bonito de se ter na mão".

E o vinho a copo é apontado como o grande responsável pelo aumento do consumo de vinho sobretudo fora do seu ambiente tradicional, os restaurantes, a acompanhar refeições especiais.

Já não o vinho "à pressão" de há alguns anos atrás, mas o vinho de garrafa, cuidadosamente preservado para que quando chegue ao copo esteja como se acabado de aberto. Os estudos apontavam o "vinho a copo como tendência" a tendência aí está, é moda. "Servir o vinho a copo é um chamariz", reconhece Batata Cerqueira Gomes especialmente entre os turistas, que gostam de tomar do que um vinho, experimentar castas diferentes. "Não obriga a tomar a garrafa inteira."

--%>