Fugas - restaurantes e bares

Paulo Pimenta

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O Porto à espreita das estrelas do guia Michelin

Além de se apontarem mutuamente como potenciais estrelados, os três chefs coincidem também noutras apreciações: não trabalham com essa obsessão; o Porto merece a distinção do guia francês; e toda a restauração da cidade beneficiaria com ela.


The Yeatman com nova carta

Entretanto, Ricardo Costa acaba de pôr em prática a nova carta de Outono, que bem espelha a linha que pretende imprimir à cozinha do The Yeatman. Tal como acontece com os restaurantes da vanguarda naturalista, como o dinamarquês Noma ou o basco Mugaritz, há um menu Degustação de Vegetais (85 euros), que o chef faz questão de frisar não ser vegetariano. É um conceito mais ligth que o tradicional, já que os latinos não dispensam as proteínas. O cozinheiro destaca a "terrina de legumes com iogurte de citronela e pão de pistáchio", num conjunto que incluiu ainda "capuccino de alcachofras, brioche de cogumelos e azeite trufado", "arroz cremoso de abóbora e lima, tofu e portobello grelhado", "ragout de espargos, gnocchi caseiro e molho de caril", "queijo São Crato com doce de chila, pão de frutos e sorvete de vinho do Porto" e "geldo de iogurte de baunilha, beterraba e figos".

No menu Late Bottled Vintage (85 euros), Ricardo Costa chama a atenção para o "carapau em ceviche com puré de erucas, concentrado de laranja, folhas e germinados", notando-se-lhe a satisfação por poder trabalhar com um produto típico da nossa costa que raramente é utilizado na alta cozinha.

Outro exemplo é o "ovo a baixa temperatura com ragout de cogumelos, caldo de espargos e panceta confitada", produto simples mas a exigir um complexo processo de confecção que bem pode ser o exemplo para o nível de sofisticação e exigência a que se coloca a cozinha do The Yeatman.


Vidago Palace em busca da excelência


O caminho de modernidade e sofisticação é também a opção assumida pelo Vidago Palace Hotel, cuja sala de restaurante é um monumento à beleza, elegância e glamour. Depois de uma abertura discreta, a aposta orienta-se agora também para a sofisticação gastronómica, contando com a colaboração de Rui Paula como consultor convidado. O caminho está ainda em fase de arranque, mas a escolha do chef do DOP parece indiciar uma ligação mais forte ao paladares e produtos da região, aliada à dinâmica e criatividade do cozinheiro.

Como empreendimento emblemático da região transmontana, o Palace assume também a ambição de valorizar o património gastronómico, elevando-o aos patamares de modernidade e sofisticação como só um estabelecimento deste tipo pode alcançar.

O projecto passa também pela realização de eventos com chefs convidados, tal como aconteceu já com Lubomir Stanisic, do restaurante lisboeta 100 Maneiras. Novos encontros estão já agendados com a participação dos chefs Diogo Noronha e Nuno Bergonse, do Pedro e o Lobo, a 4 de Novembro, e com o estrelado Vicent Farges, da Fortaleza do Guincho, a 9 de Dezembro.

O caminho é longo e ainda vai no seu início, mas conjugando as características do hotel, o seu envolvimento e localização e os objectivos apontados, não é difícil vaticinar que a a ambição inclua também, a prazo, a estela do guia Michelin.

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