Fugas - restaurantes e bares

  • DR. A Low-Costa debate abertura em Cascais e quer também chegar a Lisboa
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  • DR. Uma fornada de pastéis de nata
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  • DR. Duas ex-formandas, agora trabalhadoras da casa, em momento de produção
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Low-Costa quer conquistar o país com pastelaria de baixo custo

Por Mauro Gonçalves

A Low-Costa.Come quer comer Portugal. Pão a 7 cêntimos ou bolos e café a 40 cêntimos são o principal cartão-de-visita do negócio, que planeia expandir-se por todo o país. "Neste momento, o que as pessoas precisam é de preço baixo", afirmou o mentor da marca, Paulo Costa, à Fugas.

Chega já no dia 1 de Fevereiro mais uma pastelaria de baixo custo sob a insígnia Low-Costa.Come. Como as duas anteriores, será no distrito de Aveiro, desta feita em São João da Madeira. O negócio, com pouco mais de três meses, nasceu como tentativa de recuperar uma pastelaria falida, cujo espaço passou a ser usado para aulas práticas de formandos desta arte. Tomar o pequeno-almoço por 1€ (meia de leite e bolo) ou por 1,5€ almoçar um rissol, uma dose de arroz e um copo de sumo, são exemplos dos principais atractivos.

A terceira pastelaria não fugirá às precedentes. O preto e o amarelo - as cores da marca - preenchem um espaço pensado para ser, acima de tudo, funcional. Existe um balcão de self service, onde todos podem encher os tabuleiros e pagar no final. Para os que querem comer sentados, mesas e cadeiras não faltam. Quem quiser fazer uma refeição rápida conta com um balcão express preparado para comer e andar.

Paulo Costa, o mentor desta ideia, está no ramo da pastelaria, incluindo como formador, há cerca de dez anos. Em Setembro inaugurou a primeira pastelaria low-cost em Portugal, em Oliveira de Azeméis. Em Dezembro, foi a vez de Santa Maria da Feira. E, segundo Costa, a expansão não vai parar, defendendo que é um projecto adaptado ao contexto de crise: "Neste momento, do que as pessoas precisam é de preço baixo", afirmou Paulo Costa, à FUGAS.

A cartilha da marca explica, desde logo, que esta "é uma pastelaria e padaria normal" mas que foi " simplesmente, adaptada à conjuntura actual":  "reformulou o seu funcionamento e as suas receitas com vista a poder praticar preços baixos sem afectar a qualidade" - melhor explicado:  "primeiro fixamos os preços, depois fazemos o produto". E, claro, para a pergunta de ouro - "Como conseguem vender tão barato?" - não falta explicação e exemplos: "Repensar a maneira de trabalhar, vender ao preço que o cliente pode e quer pagar, substituir bebidas de embalagens individuais por bebidas de 1,5 ltr, marcas brancas e vendidas a copo de 0,20 cl. Renegociações com fornecedores, reformulação das receitas e fazendo bolos mais baratos para poder vender em grandes quantidades". 

Superada alguma incredulidade inicial, os clientes multiplicam-se e o número de pastéis de nata (a 0,40€) chega a atingir os 500 por dia em cada pastelaria. Nas ementas, encontram-se mais atracções, incluindo o pão a 0,07 (e, diz, vendem mais de 3000 por dia em cada loja), sopa a 0,50€, cachorros a 1€ ou mesmo francesinha a 3,99€. À medida da época natalícia, o bolo-rei saiu a 4,99€.

Não faltaram críticas ao projecto, nomeadamente pela Associação dos Industriais de Panificação do Norte, que acusava a "produção realizada por formandos" - a pastelaria onde funciona a Low.Costa é local de aulas práticas para alunos do Curso de Educação e Formação em Pastelaria e Panificação da Escola Secundária Ferreira de Castro. Paulo Costa, professor na referida escola, garante que a produção à venda está totalmente a cargo dos funcionários, em média nove por estabelecimento. 

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