Fugas - restaurantes e bares

  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Noruega (vencedora) Prato de Carne
    Noruega (vencedora) Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Noruega (vencedora) Prato de Peixe
    Noruega (vencedora) Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • EUA (2.º) Prato de Carne
    EUA (2.º) Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • EUA (2.º) Prato de Peixe
    EUA (2.º) Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • EUA (2.º) Prato de Carne
    EUA (2.º) Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Reino Unido. Prato de Peixe
    Reino Unido. Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • Reino Unido. Prato de Peixe
    Reino Unido. Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • Estónia. Prato de Carne
    Estónia. Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • França. Prato Carne
    França. Prato Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Espanha. Prato de Carne
    Espanha. Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Japão. Prato de Carne
    Japão. Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe

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É a final do mundial de futebol? Não, aqui o desporto-rei é a cozinha

Mais à frente encontramos um grupo com casacos onde se lê Team Great Britain. Entre eles está Kristian Curtis, que ganhou o prémio de Melhor Commis (chefe de partida) em 2013. “Sim, treinamos muito, mas sem público”, afirma, subindo a voz para se fazer ouvir no meio do barulho das claques. “Na Grã-Bretanha concorrem seis chefs, que apresentam um prato ao júri, que escolhe um deles. Adam [Bennett, o concorrente britânico deste ano] está a trabalhar nisto desde Maio do ano passado. Para entrar no top 6 britânico é preciso praticar cada prato pelo menos durante três meses.”

Na Grã-Bretanha não há apoio do Estado (noutros países há), mas há patrocinadores e por isso “muito dinheiro envolvido”. Ninguém quer correr riscos. E não é fácil quando se está no palco. “É a pressão para garantir que se faz tudo bem, o júri a olhar, o calor, o ruído, quase não conseguimos ouvir o que nos diz o chef.”

Michel Roth é já um veterano nestas coisas. Passeia-se com a sua jaleca que o identifica como vencedor do Bocuse d’Or de 1991, na 3.ª edição da competição. “O que é preciso [quando se concorre] é manter a nossa personalidade, sermos nós próprios” — é o conselho que dá. Quanto ao júri, avalia a beleza do prato, claro, mas “o gosto é o mais importante”. E, diz, “quanto mais bonito é um prato maior é a expectativa de que seja bom”.

O Bocuse d’Or, um dos mais famosos concursos de cozinha do mundo, foi criado pelo chef francês Paul Bocuse em 1987 e realiza-se de dois em dois anos, com a final sempre em Lyon, a cidade de Bocuse. A ideia do chef foi a de criar um ambiente semelhante ao das competições desportivas, com as claques a puxar pelas suas selecções. Para os países participantes é uma oportunidade de exibir a qualidade dos seus cozinheiros e as características das cozinhas nacionais. Apesar de haver regras estritas, há alguma liberdade na escolha dos ingredientes, o que permite a cada país mostrar o que tem de único.

E os países que nos últimos anos mais parecem estar a valorizar esta oportunidade são precisamente os escandinavos, embalados pela popularidade mundial da chamada “nova cozinha nórdica”, e os asiáticos. Durante uma pausa na competição percorremos a feira SIHRA e encontramos alguns dos chefs vencedores de edições passadas. Noriyuki Hamada venceu o Bocuse de Bronze em 2013 e, segundo explica, com a ajuda de uma tradutora, isso mudou a sua vida, e teve um enorme impacto no Japão. “A vitória abriu-me muitas portas. E agora todos os chefs querem participar.”

Ao fim de 15 anos de participação, desde a primeira edição, foi com Hamada que, finalmente, o Japão chegou ao pódio. Mas, sublinha, trabalhou muito para conseguir vencer. “No Japão não podemos parar o nosso trabalho no restaurante para nos prepararmos. Temos que fazer tudo ao mesmo tempo.” Não sabe quantas vezes repetiu o mesmo prato, mas ao longo de quase dois anos foram muitas. E correu um risco ainda maior porque mudou o menu à última hora. Mas compensou. O lindíssimo livro sobre o seu trabalho, que a tradutora nos mostra, estava em preparação há algum tempo e agora vai, por fim, ser editado em França.

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