Fugas - restaurantes e bares

  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Bocuse d’Or 2015
    Bocuse d’Or 2015 DR/© Photos Le Fotographe
  • Noruega (vencedora) Prato de Carne
    Noruega (vencedora) Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Noruega (vencedora) Prato de Peixe
    Noruega (vencedora) Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • EUA (2.º) Prato de Carne
    EUA (2.º) Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • EUA (2.º) Prato de Peixe
    EUA (2.º) Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • EUA (2.º) Prato de Carne
    EUA (2.º) Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Reino Unido. Prato de Peixe
    Reino Unido. Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • Reino Unido. Prato de Peixe
    Reino Unido. Prato de Peixe DR/© Photos Le Fotographe
  • Estónia. Prato de Carne
    Estónia. Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • França. Prato Carne
    França. Prato Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Espanha. Prato de Carne
    Espanha. Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe
  • Japão. Prato de Carne
    Japão. Prato de Carne DR/© Photos Le Fotographe

É a final do mundial de futebol? Não, aqui o desporto-rei é a cozinha

Por Alexandra Prado Coelho

Claques eufóricas, equipas de cozinha stressadas, júri atento, patrocinadores nervosos. A final do Bocuse d'Or, em Lyon, é uma maratona de cinco horas e meia a cozinhar em frente a um auditório de 2500 lugares completamente cheio.

Será um campeonato de futebol? Humm.. talvez a final do Mundial. Ou estaremos nos momentos finais da maratona nos Jogos Olímpicos? Pelo ruído que chega aos stands da SIRHA, a feira da indústria da restauração, em Lyon, o que se passa dentro do auditório, ali ao lado, só pode ser algo dessa dimensão.  

Entramos e o ruído aumenta ainda mais. As bancadas estão completamente cheias com as claques de vários países — é fácil perceber porque estão pintados literalmente até aos cabelos com as cores nacionais e porque agitam enormes bandeiras, enquanto lançam gritos e cânticos de incentivo. Estamos na final da 15.ª edição do concurso de cozinha Bocuse d’Or.

E quem são os “atletas”? À frente do público, em 12 boxes, estão as equipas dos diferentes países (a competição dura dois dias e há 12 equipas em palco em cada dia, ou seja, há 24 finalistas de entre 60 selecções nacionais), com os concorrentes vestidos de jalecas brancas e chapéu alto de cozinheiro nas cabeças. Todos têm um ar concentrado e dedicam-se metodicamente às suas tarefas: lavar e limpar legumes, filetar a truta e tirar-lhe as espinhas, tirar a pele à pintada (tal como a truta, a galinha pedrês foi um dos produtos oficiais deste ano).

Cada equipa tem um treinador, com a palavra coach escrita em letras grandes nas costas, que vai controlando os tempos, apontando erros, não deixando que o candidato se distraia ou esqueça algum passo. Não deve ser fácil manter a concentração numa boxe de 18 m2 quando há um batalhão de jornalistas à volta a fotografar, os membros do júri andam por ali espreitando o trabalho de cada um e tomando notas, atentos a falhas, e nas bancadas o público grita como se não faltassem ainda várias horas para a prova terminar — 5h35 a cozinhar em cada dia.

Ainda falta algum tempo, portanto, e aproveitamos para ir até às bancadas perceber quem são os fãs que enchem o auditório. As claques mais entusiásticas este ano são, sem dúvida, as nórdicas. Os noruegueses parecem uma verdadeira invasão viking: capacetes com cornos, bandeiras vermelhas, azuis e brancas e cabeleiras postiças aos caracóis. E, nas mãos, uma folha com um hino de apoio que, de vez em quando, cantam a plenos pulmões.

Ao lado deles, os japoneses, com kimonos azuis e fitas brancas em torno da cabeça, batem com colheres umas nas outras fazendo uma barulheira de apoio à sua selecção. Seguem-se os dinamarqueses, todos de vermelho e branco, que lançam no ar papelinhos com a sua bandeira de cada vez que os apresentadores no palco lhes perguntam se ainda estão presentes. Logo a seguir surge uma mancha laranja — são os holandeses. E, lá mais para cima, uma verdadeira orquestra de instrumentos de sopro identifica-se imediatamente quando, de tempos a tempos, começa a tocar o Rule, Britannia!

Escandinavos e asiáticos

Kristine Hartviksen, presidente da Associação Norueguesa de Chefs, está sentada numa bancada, segurando uma bandeira. “Estar aqui é muito importante para a Noruega”, diz. “Para mostrar a nossa cultura, o peixe, a carne, os nossos produtos, a nossa história.” É por isso que há 600 noruegueses em Lyon neste momento, muitos dos quais meteram férias e pagaram do próprio bolso, e estão a preparar uma enorme festa para essa noite.

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