As apresentações seguiam-se em catadupa e quem não quisesse perder pitada do que se passava no auditório principal restava-lhe a hora de almoço para visitar a feira montada nos espaços adjacentes e espreitar outros pontos do programa: debates, aulas de cozinha, demonstrações de produtos, concursos ou ainda a interessante programação do Enofusión, o evento paralelo ao congresso, onde se podia ficar a par do actual panorama vínico espanhol.
Os tempos do Madrid Fusión em que Ferran Adrià surpreendia o mundo com novas técnicas e o seu modo de pensar já lá vão. Contudo, a sua sombra continua a pairar no ar. Aliás, é dele a voz off do divertido vídeo que passou várias vezes nos intervalos das apresentações. Nesse filme, um homem primitivo alimenta-se repetidamente da forma mais instintiva, até que um dia pára para observar, pensar e depois criar. “Agora, sabendo que sou o último da minha espécie, só posso pensar numa coisa: nos que aí vêm e nos que já estão por aí”, rematava o chef catalão no final. E “eles” estiveram por Madrid, apontando os várias caminhos da pós-vanguarda.