Fugas - restaurantes e bares

  • Massimo Bottura é o chef da Osteria Francescana
    Massimo Bottura é o chef da Osteria Francescana AFP
  • Os irmãos Roca do espanhol El Celler de Can Roca
    Os irmãos Roca do espanhol El Celler de Can Roca AFP

O Melhor Restaurante do Mundo é o italiano Osteria Francescana

Por Alexandra Prado Coelho

Depois de Espanha, Itália. O Sul da Europa mantém-se no topo da lista dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo, anunciada na noite de segunda-feira em Nova Iorque.

Itália destronou Espanha, mas o primeiro lugar continua a pertencer ao Sul da Europa: a edição 2016 dos prémios para os 50 Melhores Restaurantes do Mundo, uma iniciativa da revista britânica Restaurant, consagrou, na noite de segunda-feira numa cerimónia em Nova Iorque, a Osteria Francescana, de Massimo Bottura.

O restaurante de Modena, famoso pela forma como trata produtos da região como o Parmigiano Reggiano e o vinagre balsâmico e como inova num país conhecido pelo seu tradicionalismo culinário, ocupava na lista anterior o segundo lugar (em 2013 e 2014 estivera em terceiro) e, naturalmente, havia quem apostasse que este ano subiria ao topo da lista.

O espanhol El Celler de Can Roca, dos três irmãos Roca, passa assim do primeiro para o segundo lugar e, neste ano em que pela primeira vez a apresentação anual dos prémios se transferiu de Londres para Nova Iorque, um restaurante norte-americano ascende a número três: o nova-iorquino Eleven Madison Park, de Daniel Humm.

A América Latina garante o quarto lugar na lista, com um dos restaurantes que teve uma ascensão mais rápida nos últimos anos, o Central, de Lima, de Virgilio Martinez e Pia Léon, com um trabalho excepcional em torno de ingredientes nativos das diferentes regiões do Peru. O Noma, de René Redzepi, que ocupou já várias vezes o primeiro lugar, está agora no quinto, o que pode ser explicado pelas suas aventuras do último ano, em que deixou a casa-mãe em Copenhaga para abrir um pop-up em Sydney, na Austrália, e que se prepara para mudar de instalações para uma quinta urbana nos arredores de Copenhaga, no início de 2017.

Os restantes lugares do top dez são ocupados pelo francês Mirazur, de Menton, do chef Mauro Colagreco (6º), o Mugariz, San Sebastian, de Andoni Luis Aduriz (7º), o Narisawa, Tóquio, de Yoshihiro Narisawa (8º), o Steirerek, Viena, de Heinz Reitbauer (9º) e o Asador Etxebarri, no País Basco, Espanha, de Victor Arguinzoniz (10º).

O comunicado que anuncia a lista dos 50 Melhores sublinha o reforço da presença, este ano, de Itália. São quatro os restaurantes italianos que fazem parte do top 50: para além da Osteria, em primeiro lugar, o Le Calandre, em Rubano (39º), o Piazza Duomo, em Alba (que subiu dez lugares e está no 17º) e o Combal Zero, em Rivoli (46º).

A Maior Subida, um destaque que é também feito todos os anos, pertence a outro peruano, o Maido, que entrou na lista pela primeira vez em 2015 e está agora no 13º lugar. O Brasil mantém-se igualmente numa boa posição, com o DOM, São Paulo, de Alex Atala, que noutros anos já foi dado como favorito a situar-se neste momento no 11º posto.

Espanha tem três restaurantes entre os 50 primeiros lugares (é preciso recordar que, apesar do nome, a lista, que este ano deixou também de se chamar San Pellegrino, a marca de água que a patrocinava, é composta não por 50 mas por 100 restaurantes). Os Estados Unidos têm seis lugares na lista (com quatro entradas novas) e França (que é vista por alguns críticos como insuficientemente representada e como mais próxima de outra lista, a do influente guia Michelin) tem três lugares, mas, por outro lado, viu três dos seus chefs receberem prémios individuais: o pasteleiro Pierre Hermé, Alain Passard, que recebe um prémio de carreira, e Dominique Crenn (francesa mas baseada em São Francisco), que foi considerada a Melhor Chef Feminina – um prémio dedicado às mulheres numa lista que é também por vezes criticada por ser dominada por homens.

Portugal tem actualmente um restaurante na lista dos 100: o Belcanto, Lisboa, de José Avillez, que ocupa o 78º lugar, tendo subido 13 postos relativamente ao ano passado. O Vila Joya, Algarve, de Dieter Koschina, que em 2015 estava em 98º lugar, não figura este ano na lista.

O The World’s 50 Best Restaurants já anunciou que continuará a sua tournée mundial e que para o ano a cerimónia de anúncio da lista – que conta com 1500 votantes espalhados pelo mundo, entre chefs, donos de restaurantes, jornalistas gastronómicos e gastrónimos – acontecerá em Melbourne, na Austrália. 

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