Há uma sangria de vinho verde que não vai querer perder no The Insólito. Uma sangria para beber com o brunch. Sim, também lá está o tradicional sumo de laranja e a limonada aromatizada, mas é a sangria de vinho verde, bem como o Bloody Mary ou outro cocktail que queira experimentar que o vai fazer levantar-se da mesa da esplanada, descer três degraus e entrar na sala do restaurante, para repetir.
Há quase um mês que o restaurante que fica sobranceiro ao Miradouro de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, começou a abrir as suas portas mais cedo ao sábado, para um brunch que, ao contrário de muitos casos, não começa mais cedo, mas precisamente ao meio-dia e não termina às três, mas prolonga-se até às quatro da tarde.
Mas regressemos ao início de tudo. Os sinos das igrejas tocam, é meio-dia, e entramos no átrio que dá acesso ao restaurante. A comunicação é feita por walkie-talkie. “Chegou a primeira reserva, a senhora Wong” A confirmação vem do alto e podemos entrar no pequeno e aconchegante elevador que sobe rapidamente até ao terceiro piso. Com todo o cuidado fechamos as portas de madeira, brincamos ao descer e subir degraus e entramos no restaurante já com os olhos postos na vista, na Igreja da Graça e no Castelo de São Jorge.
É meio-dia e o DJ ainda está a preparar o seu show – todos os sábados põe música ao vivo e a selecção é a adequada. É meio-dia e as mesas já estão postas, mas percebe-se que ainda há algumas tarefas por terminar. Portanto, este brunch não é para madrugadores. Embora se chame assim porque pretende ser uma combinação entre o pequeno-almoço (breakfast) e o almoço (lunch). Durante quase uma hora somos os únicos a ser servidos e a servir-se – as bebidas estão lá dentro e nós na esplanada. Só depois das 13h chegam os segundos clientes, os turistas altos e nórdicos, que admiram a vista de postal ilustrado, comem num ápice, dão um pézinho de dança tímido e rápido e lá vão de regresso aos seus afazeres turísticos de devorar a cidade.
Para o director do Insólito, Henrique Costa Pereira, o álcool pode ser o “parceiro perfeito do brunch”, ou seja, esta não tem de ser uma refeição para os que acordam tarde e estão indecisos entre o pequeno-almoço e o almoço, mas pode ser um momento de preparação para mais uma ocasião de festa, diz o comunicado do The Insólito. E Rosa, a chefe de sala, confirma que muitos dos clientes começam ali, horas mais tarde do que a escolhida pelo Fugas, a sua preparação para um dia/noite de festa. “Queremos que as pessoas vejam este brunch como um momento descontraído, festivo e onde podem experimentar vários cocktails numa localização privilegiada”, define o director.
E a oferta são três menus. Recorde-se que o Insólito gosta de nomear os seus pratos com algum humor. Assim, as opções são: Ressaca – the salva-vidas; Fit – O melhor amigo do Popeye; e o Paleo – o pequeno-almoço para o Einstein das Cavernas.
Optamos por experimentar o primeiro e o terceiro. O Ressaca talvez seja o mais seguro e até tradicional, tem pão, ovos e bacon. Mais concretamente: Bruschetta de pão de Mafra com bacon, um ovo misteriosamente deitado num cogumelo Portobello e molho Hollandaise; no mesmo prato tem ainda um pãozinho de sementes com abacate, ovo cozido a baixa temperatura e molho Chimichurri; numa taça vem uma salada fria de batata com tomilho; e termina com uma panqueca com creme de avelã e banana.