Fugas - restaurantes e bares

  • "Vitela com Queijo Serra da Estrela, raiz de cerefolio, alcachofras, foie gras e cogumelos", o prato do chef André Silva DR
  • Petit four, Luca Arguelles
    Petit four, Luca Arguelles DR
  • André Silva a preparar o seu prato
    André Silva a preparar o seu prato DR
  • André Silva a preparar o seu prato
    André Silva a preparar o seu prato DR
  • "Finger de alperce, Queijo Serra da Estrela", em cama de feno e folhas de cardo, de Luca Arguelles DR

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Eles são chefs mas a estrela é o queijo

Fernando Agrasar, o senhor que se lhe seguiu, também trouxe a Galiza até à estrela. “Tinha que trazer um caldo de peixe!”, admitiu aos jornalistas, quando contava o deleite que lhe trouxe este desafio. “Não conhecia o queijo Serra da Estrela. Pedi para ver os tipos de queijo, escolhi o mais duro - porque temos na Galiza um parecido com este - e usei-o para fazer nhoquis." No meio da sala, a todos os presentes, contou como procurou desconstruir o queijo e transformar o queijo mais duro novamente num soro. Foi esse soro que usou para rechear o nhoquis e transformá-los na estrela principal de um caldo de peixe de robalo assado que deslumbrou os presentes.

Agora Rui Silvestre que, aos jornalistas, admitiu ter “sido obrigado” a trazer o Algarve até Penalva do Castelo. Enquanto as ovelhas do rebanho da Casa da Ínsua pastavam por entre o pomar das macieiras Bravo Esmolfe ali à vista de toda a gente, o chef do restaurante Bon Bon, que voltou a merecer uma estrela Michelin na edição 2017 do guia, falou de ostras e da ria Formosa. “Não é óbvio conseguir fazer uma ligação entre um queijo serra da Estrela e o marisco”, avisou. Mas o prato que ali trouxe, “Ostra do Moinho dos Ilhéus, agrião e Queijo Serra da Estrela”, desmentia-o. No prato, uma ostra suculenta no meio de dois molhos distintos: um, muito escuro, de caldo de peixe; outro, de um verde exuberante, um creme de agrião e Queijo Serra da Estrela. “É uma readaptação de um prato que eu tenho no Bon Bon, em que apresento a ostra com creme de agrião e caviar”, explica. Um prato, frio, que supreendeu.

Marlene Vieira, a única mulher entre os homens, “mas sempre mimada por todos”, trouxe a sua reinvenção do Bacalhau à Moda de Minho, o prato que toda a gente conhece, e que vem acompanhado de cebolada e batata frita às rodelas. Marlene criou um “Bacalhau frito, consommé de cebola, couves de Bruxelas e Queijo Serra da Estrela”. O queijo entra no abrandado de bacalhau feito com Serra da Estrela e ervas aromáticas; as couves de Bruxelas, cujas pétalas foram salteadas, são “o doce e amargo” que pensou para contrastar o sabor intenso do queijo”, explicou.

André Silva, chef na Casa da Calçada, que conquistou, de novo, uma estrela Michelin - “Uma estrela não se mantém, conquista-se todos os anos” -, preparou o prato mais complexo da tarde, que já se transformava em noite. “ Vitela com Queijo Serra da Estrela, raiz de cerefolio, alcachofras, foie gras e cogumelos”. O naco de vitela assentava num puré de raiz de cerefolio com Queijo Serra da estrela, e, além do enunciado no nome no prato, ainda havia um pó de pistácio e um espargo verde a contrastar. E ainda havia um outro apontamento de Serra da Estrela: um crocante feito com queijo e sementes de sésamo.

Luca Arguelles trouxe a homenagem final, para a sobremesa. O nome, “Finger de alperce, Queijo Serra da estrela e Sopa de Eucalipto” não deixava adivinhar em nada o que haveria de chegar ao prato. Numa cama de palha e folhas de cardo, a apresentação era a de um miniqueijo Serra da Estrela. Na realidade era uma pequena madalena com cobertura de chocolate branco e um finger de alperce, finalizado com um chantilly de Queijo da Serra; para acompanhar, uma infusão de eucalipto e três citrinos servida bem gelada. Luca ainda preparou o petit four que foi servido com o café. Uma “Minitarte de castanha, Queijo Serra da Estrela e aguardente velha”.

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