Fugas - restaurantes e bares

  • Nelson Garrido
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A paixão borbulhante de Cristina Gonçalves

Quando se fala de estilos de cerveja menciona a Weiss (branca), “é um tipo muito significativo, bom para aperitivo, para calor”, mas para refeições, por exemplo, prefere a clássica. “Há estilos de cerveja para várias ocasiões. E eu gosto muito de testar, dá-me muito prazer.” Fez parte do grupo de provadores da Unicer e agora prova em viagem — afinal, a cerveja antes reproduzia um local. E, então, é normal que uma cerveja na China ou na América do Sul não seja igual às da Europa, o contexto é diferente.

Quando lhe perguntamos se se sente uma pioneira, hesita. “Pioneira? No sentido de que abri caminho na Unicer a outras mulheres que desenvolveram a sua actividade na indústria cervejeira, sim. O facto de ter sido a primeira chefe de produção, de ter sido aceite pelo grupo, empenhada, com grande disponibilidade, permitiu a outras mulheres ocupar esse lugar.” O actual responsável pelos “novos líquidos” pede-lhe para ela ir provar uma nova cerveja, em preparação. Os olhos brilham. “Acho que isto foi uma grande paixão”.

À mesa com harmonizações

“Fico muito satisfeita, durante muitos anos não havia preocupação com harmonização”, nota Cristina Gonçalves quando nos sentamos à mesa na Casa da Cerveja. À nossa espera está uma refeição com harmonizações de cervejas da responsabilidade de Marta Fraga, a sommelier da casa há cerca de um ano e meio.

“Estou mais ligada ao público do que ao produto”, explica. Nos bastidores, porém, o produto também lhe enche os dias — de outra forma, como conseguiria harmonizar, orientar provas? Essas são partes importantes do seu trabalho, onde também procura “valorizar a cerveja como produto cultural milenar” à medida que faz as visitas guiadas e explica os diversos passos da produção de cervejas.

Mas, então, o menu: entrada com polvo confitado com batata doce acompanhado da Super Bock original; seguido de vitela arouquesa com arroz caldoso e espargos a combinar com Super Bock Stout; e para sobremesa crumble de maçã com requeijão e uma 1927 Bengal Amber IPA – a Selecção 1927 (o ano em que nasceu a Super Bock) é uma das várias edições limitadas que vão sendo lançadas. Provaremos ainda a 1927 Dunkel Munich com “telhas de dreches” (um subproduto da produção de cerveja, rico em fibras), um crocante finíssimo criado aqui. A ideia de Marta, afirma, “é fugir ao óbvio, ser menos convencional” e, ao mesmo tempo, fazer com que ambos os elementos “se possam elevar mutuamente”.

Super Bock: 90 anos

A 3 de Março de 1927 foi feito o pedido de registo, a 9 de Novembro foi registada: nascia a Super Bock. O aniversário da cerveja portuguesa mais vendida vai invadir o país em várias iniciativas publicitárias, mas nada melhor do que celebrá-lo com uma nova cerveja.

Será uma edição comemorativa que irá reflectir os momentos mais importantes da história da Super Bock. A saber: a garrafa será serigrafada e uma réplica da da década de 1970 (a de maior crescimento e de início da internacionalização); o slogan “sabor autêntico” estará gravado na garrafa; e esse sabor será o de uma receita nova que inclui a levedura de sempre, lúpulos especiais e uma fermentação mais prolongada.

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