Fugas - restaurantes e bares

  • O chef Nuno Mendes esteve no Alentejo com um grupo de jornalistas estrangeiros
    O chef Nuno Mendes esteve no Alentejo com um grupo de jornalistas estrangeiros Margarida Basto
  • O grupo na visita à horta de São Lourenço do Barrocal
    O grupo na visita à horta de São Lourenço do Barrocal Margarida Basto
  • Algumas das 114 ânforas de barro da Adega José de Sousa
    Algumas das 114 ânforas de barro da Adega José de Sousa Margarida Basto
  • Paulo Amaral
    Paulo Amaral Margarida Basto
  • Jantar na Adega Velha
    Jantar na Adega Velha Margarida Basto

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O Alentejo pelos olhos do chef Nuno Mendes e três jornalistas estrangeiros

“Vamos beber primeiro o da 11 e depois o da 18”, anuncia, sempre de copo na mão, enquanto, junto à nossa mesa, vai contando histórias que envolvem uma antiga namorada polaca nos anos da sua juventude, que eram também tempos de “incomensurável boémia” em Lisboa.

Estamos rodeados por ânforas da antiga taberna que aqui funcionava, e que pertenceu ao pai de Joaquim Bação, antes de este engenheiro agrónomo começar a explorar o restaurante. Na cozinha, D. Maria anda à volta de grandes tachos a preparar-nos o cozido de grão. Mas, antes disso, vem para a mesa queijo de cabra, ovos mexidos com espargos e perdiz de escabeche.

Olga conta-nos que já tinha visitado Lisboa e Sintra mas que nunca tinha estado no Alentejo e não sabia o que iria encontrar. “Diziam-me que era uma espécie de Toscana por descobrir, uma área muito grande e ainda muito autêntica.” Gostou dos queijos que provou e acha os vinhos “divertidos e fáceis de beber”, mas confessa que, até agora, quando pensava em vinhos portugueses, a região que lhe vinha imediatamente à cabeça era o Douro.

Tal como Terese, ficou entusiasmada com o trabalho de Pedro Pena Bastos no Esporão. “Gostei da simplicidade dele. Não é nada exibicionista e tem uma abordagem com grande maturidade e uma cozinha que conseguimos compreender mesmo não sendo portugueses. Tem um sentido dos sabores… e explica-nos as coisas, não nos deixa sozinhos perante a comida.” Além disso, acrescenta, “o Esporão é uma experiência completa, todo aquele espaço à volta é um cesto cheio de ideias a explorar”.

Chega à mesa o cozido de grão, primeiro apenas os legumes e o grão e por fim o prato das carnes e enchidos, que é recebido com entusiasmo por todos. Georges fica fascinado com o uso da hortelã. “É genial!”, exclama. “Faz toda a diferença.” E Nuno Mendes abana a cabeça, concordando.

O engenheiro regressa à nossa mesa e, numa animada mistura de inglês e francês, continua a contar histórias. Georges levanta-se para ir fotografar D. Maria na cozinha e ela volta para agradecer os nossos elogios. Um chef que está com um grupo brasileiro na mesa do lado reconhece Nuno Mendes e cumprimenta-o efusivamente. Já todos se riem, bem-dispostos, e sai mais uma rodada de vinho da talha. Pode ser da ânfora 11 ou da 18, não importa, senhor engenheiro.

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