Fugas - restaurantes e bares

  • Miguel Manso
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O novo restaurante de Belém é um balcão (e uma piscina) sobre o Tejo

Por Margarida David Cardoso

A marginal de Belém, junto ao Maat, tem um novo vizinho, que quase não dorme: o restaurante, com bar, esplanada e piscina Sud Lisboa. A estreia do grupo Sana fora da hotelaria.

De par em par, as janelas são portas abertas para o Tejo. Com vista para uma margem retalhada e o rio, sobre o qual muitos insistem em ver o tamanho de um mar. As novas janelas que se abrem pouco acima da linha de água, na marginal de Belém, pertencem ao Sud Lisboa Terrazza, o “centro gastronómico” que o grupo Sana Hotéis acaba de abrir na capital.

“É redutor dizer que é apenas um restaurante”, começa por defender Salomé Gorgiladze, administradora delegada para o Sud. E explica a tese: o espaço está “sempre aberto”, de segunda a segunda, das 8h às 2h da manhã para servir todas as refeições do dia. Do pequeno-almoço ao chá da tarde, almoços e jantares, um “encontro de trabalho a meio da tarde” ou um “copo entre amigos à noite”. É um restaurante, um bar, um terraço, uma esplanada. Cada conceito é uma peça para um puzzle completo do espaço.

Tudo foi pensado de raiz. A antiga estrutura, onde existia o Piazza Di Mare, veio abaixo, para criar um espaço à imagem e semelhança do grupo Sana e de uma “Lisboa cosmopolita, que sai à rua e aproveita o Tejo”. O arquitecto António Pinto, que havia projectado o Alcântara Café e o Espaço Lisboa, trabalhou o conceito e concretizou-o numa série de espaços que parecem um só. São salas com paredes transparentes, ornadas com folhas verdes, onde as portas não existem e as janelas são vidro. “É tudo amplo, muito fresco”, descreve Salomé.
Mais do que o rio ou o mar, a inspiração são os barcos e a memória piscatória portuguesa. Daí os tons de latão e cobre das colunas e paredes. Os prateados sobre azul e verde. E a proximidade à terra que vem pelo jardim suspenso na sala que se abre à esplanada, que corre o balcão para o rio. Há mais de duzentos lugares sentados.

A transparência do bar permite ver a cozinha do chef Carlo Di Nunzio, que o Sud foi buscar a Itália. A cozinha é de inspiração mediterrânea, com enfoque nos sabores da terra-mãe do chef. Licenciado em música, Di Nunzio diz ter transportado a criatividade das pautas para o prato. Estrela Michelin no italiano Club Coconut Rimini, o chef trouxe a burrata das suas origens, o queijo de leite de búfala feito à mão em Itália, para o restaurante que inaugura a sua primeira experiência em terras lusas.

Não faltam as massas, os risottos e as pizzas em forno de lenha. O almoço é servido ao ritmo de cada um: há menu para executivos e opções à la carte com sugestões do chef para provar, sem pressas. Ao jantar, o ritmo desce e o chef pode mesmo vir terminar o prato à mesa. 

A carta de vinhos tem perto de 130 referências, com destaque para os vinhos antigos que Marco Alexandre, gerente do Terrazza, trouxe da Áustria, Itália, França e África do Sul para conquistar um nicho de mercado que procura estas referências em Lisboa.

Piscina à beira Tejo

Sobem-se as escadas e, como cereja no topo de um bolo, o terraço é uma esplanada para o Tejo e para uma piscina que se debruça sobre a margem. Todos os dias há música ao vivo, do jazz à música portuguesa. Pode calhar-lhe um saxofonista, uma dupla feminina ou o DJ residente que faz uso da cabine suspensa na sala principal.

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