Fugas - Viagens

  • Jardim A Despensa de Tomate
    Jardim A Despensa de Tomate Adriano Miranda
  • Jardim + Zoom: Uma Realidade Aumentada, projecto de quatro arquitectas portuguesas
    Jardim + Zoom: Uma Realidade Aumentada, projecto de quatro arquitectas portuguesas Adriano Miranda
  • Jardim Saboreie a Subida
    Jardim Saboreie a Subida Adriano Miranda
  • Pormenor de um dos jardins
    Pormenor de um dos jardins Adriano Miranda
  • Jardim Honey Scape
    Jardim Honey Scape Adriano Miranda
  • Jardim Honey Scape
    Jardim Honey Scape Adriano Miranda
  • Jardim Labirinto dos Sabores
    Jardim Labirinto dos Sabores Adriano Miranda
  • Pormenor de um jardim
    Pormenor de um jardim Adriano Miranda
  • Jardim A Fábrica de Paisagem
    Jardim A Fábrica de Paisagem Adriano Miranda
  • Jardim Radiante
    Jardim Radiante Adriano Miranda
  • Jardim Radiante
    Jardim Radiante Adriano Miranda
  • Jardim O Ninho
    Jardim O Ninho Adriano Miranda
  • Jardim O Ninho
    Jardim O Ninho Adriano Miranda
  • Jardim Estou a Adorá-lo
    Jardim Estou a Adorá-lo Adriano Miranda
  • Jardim A Fachada
    Jardim A Fachada Adriano Miranda
  • Jardim Plástico
    Jardim Plástico Adriano Miranda
  • Jardim Plástico
    Jardim Plástico Adriano Miranda

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Os jardins também se comem

Do natural partimos para o artificial, num projecto que recria a estrutura dos favos de mel. Uma teia de policarbonato alveolar em forma de arco é a essência da proposta de Gonçalo Castro Henriques, num jardim em tons alaranjados que se transfigura ao longo do dia ao sabor das sombras. E para explicar a complexidade do projecto vamos traduzi-lo em números. "A estrutura tem 210 painéis, 145 tubos, 260 discos, ou seja, cerca de 500 peças feitas em fábrica. Foi necessário identificar todas as peças para as montar no local. Utilizou-se um sistema de ligação simples e fácil com 1500 abraçadeiras reforçado com elementos metálicos", debita Gonçalo Castro Henriques.

Embalados pelos números chegamos ao Jardim da Abundância, onde podemos observar mais de 50 espécies de plantas num espaço labiríntico, que recria diferentes recantos. No centro, uma pequena sala intimista com vista para a paisagem. Menos contemplativo é o Saboreie a Subida, um projecto de quatro arquitectos dinamarqueses que oferece um jardim em socalcos. Uma estrutura de madeira com diversos níveis que se enche de vida entre os saltos e as corridas dos mais novos. Sobre o Ninho e o Labirinto dos Sabores optamos por não dizer mais que os nomes. Surpreenda-se com a visita.

Francisco Caldeira Cabral, presidente do júri e criador do recinto do festival, explica como são seleccionados os jardins, escolhas que admite serem sempre difíceis. Numa primeira fase, os juízes deixam-se seduzir pelas mensagens escritas dos concorrentes e pelos painéis onde se simulam as propostas. Depois há que analisar vários factores. "A resposta à temática de cada ano, a criatividade da forma como é abordada esta temática, a exequibilidade da solução em termos técnicos, e em termos de custo, uma vez que está regulamentado o investimento máximo por jardim, no valor de 10 mil euros", lembra o arquitecto paisagista.

O festival de Ponte de Lima, o único no país, foi uma aposta muito vanguardista, considera Caldeira Cabral, ao explicar que se inspirou no modelo francês de Chaumont, junto às margens do Loire, que este ano vai na 21ª. edição. "Na minha opinião, foi adaptado e melhorado em Portugal. A prova disso é a crescente participação e interesse das pessoas que anualmente visitam o festival, tendo atingido no ano passado cerca de 110 mil visitantes", afirma o arquitecto. O paisagista destaca a função pedagógica do evento: "Para os jovens é uma oportunidade de verem as suas ideias concretizadas e apreciadas pelos visitantes, e tem sido uma forma de revelar talentos no domínio da arte dos jardins." O ambiente também sai a ganhar. "O jardim deixa de ter um conteúdo meramente ornamental e passa a transmitir mensagens facilmente inteligíveis pelas populações visitantes de carácter ambiental", sublinha Caldeira Cabral.

Exemplo disso é o 12º. jardim do festival, o projecto mais votado pelo público no ano passado e que, por isso, é premiado com uma segunda participação. Um conjunto de árvores despidas num chão cinzento e vermelho e uma casa que debita fumo sensibilizam para a devastação dos incêndios florestais.

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