Fugas - Viagens

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A Tunísia quer voltar a ser cenário de Hollywood

Na Tunísia, há projectos para salvar os cenários originais (Save Mos Spas é um deles, patrocinado pela nova ministra do Turismo, é só procurar na Net). E há um grupo de fãs tunisinos que organizou o primeiro encontro internacional em Tunes, no fim de Abril, com direito a marcha de Startoopeers na Bourguiba (a grande avenida de Tunes a que os tunisinos se habituaram a chamar Champs Élysées menos quando lá fizeram uma revolução e derrubaram sem armas nem pedras nem sabres de luz um ditador de 23 anos; bastaram 29 dias, e não, não foi no cinema). De 10 a 13 de Outubro haverá uma viagem na qual ainda se pode inscrever, organizada pela loja online Super Insolite com o apoio do Turismo Tunisino e da Tunis Air, vai da ilha de Djerba a Touzeur, passando por Tataouine e Matmata, e com sorte, muita sorte ou só imaginação e disponibilidade, até pode acabar a ver dois sóis ou duas luas.

Djerba, a irresistível

A Guerra das Estrelas é só um pedaço da Tunísia cinematográfica. Se preferir pode imaginar Indiana Jones e o seu chicote nas ruínas do oásis de Chebika (sim, é daí que vem o nome Chewbacca, ainda e sempre a Guerra das Estrelas, afinal Jones-Ford também é e será sempre Han Solo) rodeada por desfiladeiros infinitos. Os Monty Python também estão de volta aos palcos, certo? Pois, é procurar as paisagens escolhidas para A Vida de Brian (Monastir, Sousse, Ribar). O Paciente Inglês, Piratas de Roman Polanski, Ben-Hur… o que não falta são opções.

Em viagens organizadas, sozinho à descoberta, com todas as paragens definidas ou tempo e vontade para decidir ficar quatro horas e ver as mudanças de cor no sal ou a olhar aquele pequeno milagre chamado rosas do deserto. A beber chá de menta ou a negociar tapeçarias berberes (perto da casa de Luke, em Toujene), se vier fome há pizzas (receita local), e também se pode esquecer do mundo a ver passar as ovelhas cuja lã será fiada e tingida e transformada em tantos objectos reais que pode levar na mala.

Pode dormir em Tozeur e passear pela pequena cidade onde os tunisinos estarão sempre em maioria e é possível esquecer o tempo sentado num café de beira de estrada ou jantar principescamente no Le Petit Prince, com o seu pátio de fontes de pedra, trepadeiras e gatos que se vêm juntar à festa sem precisar de convite e de repente pode estar a ouvir Cesária Évora.

No caminho de volta para o hotel, se ouvir música animada pare. Pode vir de um pátio e pode ser a festa de casamento da bela Aniah. A mãe e a sogra irão certamente convidar os visitantes a entrar e a juntar-se a tanta alegria contagiante, vão decidir que a função das primas imigrantes com ar de quem acabou de chegar de Paris para a festa será ensinar-lhes alguns passos especiais, os primos vão passar música popular tunisina, hip hop ou rock árabe e toda, mas toda, a gente vai dançar pela noite dentro, como se não houvesse amanhã. Todos e todas serão bem-vindos e a noiva vai gostar de ouvir desejos de boa sorte em várias línguas e querer tirar fotografias com os convidados inesperados.

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