Dia 4
Começa o baile do mundo que é o Festival Andanças, novamente na barragem de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide. O festival, que já anda nestas danças (tradicionais) há 14 anos, continua a ser o ponto de encontro de todos os que buscam o conhecimento de outras culturas através de uma das suas formas mais populares, a dança, mas agora expande o seu ecossistema por forma a reflectir o ar do tempo. Isto significa que entre projectos artísticos mais tradicionais — algo como “danças do mundo” — encontram-se também propostas contemporâneas e urbanas, para desfrutar e aprender em cenário natural que vale só por si. Assim, entre danças guerreiras aztecas, africanas, índias, balcânicas, colombianas, holandesas, irlandesas, portuguesas, italianas, escocesas (e a lista poderia continuar), haverá dança criativa e até astrodanças. Tudo acompanhado de muita música (do mundo, claro), oficinas de teatro e musicais, workshops diversos. Para que não haja desculpa para pés de chumbo (até 10 de Agosto).
Dia 5
É o seu segundo dia, mas o tempo não é importante no Boom Festival. Afinal, dizem os organizadores, o Boom não é apenas um festival, é um estado mental — e em Idanha-a-Nova vive-se uma realidade alternativa enquanto se vê a lua crescer (lua cheia: dia 10; fim do festival, dia 11). Com o psytrance como porta de entrada privilegiada para essa outra dimensão, o Boom concentra num entorno natural uma tribo de espíritos livres e que portanto também abre a porta a música acústica, clássica. Servida em concertos ao vivo ou DJ sets, a música não é aqui a única forma de transcendência: workshops, rituais, meditações também ajudam a libertar a mente e o corpo numa celebração de cultura alternativa com laivos new age. Nesta 10.ª edição, o Boom Festival celebra o feminino, a “grande mãe”, a “dadora de vida” — de maneira tribal e sagrada à século XXI.
Dia 6
D. Sancho II, “o rei ausente”, é o rei presente na Viagem Medieval que acontece em Santa Maria da Feira entre 31 de Julho e 10 de Agosto. Tendo como cenário o reinado anárquico deste rei, forçado a abdicar em favor do seu irmão, Santa Maria da Feira vai, uma vez mais, vestir as vestes medievas e transformar-se numa imensa feira com recriações históricas e performances circulantes (são 1400). Entre a zona histórica e o castelo, esperem-se ruas (sobre)povoadas de comerciantes, ferreiros, tabernas (com porco e javali no espeto e sem talheres), artesãos, acrobatas, malabaristas, bobos, cuspidores de fogo, músicos; cavaleiros em torneios, cortesãos em desfiles majestáticos, tendas com estandartes — e 31 actividades para se regressar ao passado, desde o tiro ao arco às lutas com espadas.
Dia 7
A música é cada vez mais acessória no Meo Sudoeste, o festival de Zambujeira do Mar, já o sabemos, mas não é por isso que deixa de ser uma autêntica meca para festivaleiros. São cada vez mais jovens e vão em busca de uma determinada mística — sem saber que eles próprios já estão a construir outra. Música à parte, portanto — dia 7 pelo palco principal passam John Newman, Tomodell, Ellie Goulding, Hardwell e Miguel Araújo — o Sudoeste é agora uma grande festa, com dias de praia e noite de discoteca. E será assim até domingo, dia 10, na Herdade da Casa Branca.