Fugas - Viagens

Glauco Umbelino (flickr.com/geoglauco)

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O artista limitado que produziu obra de uma beleza sem limites

A luz crepuscular já mancha o horizonte, o silêncio envolve-me mas decido ficar por mais uns instantes a admirar a cachoeira Santo Antônio, no Parque Ecológico da Cachoeira, as suas piscinas naturais, a sua paz. Penso em Larissa Dias, no pobre escravo que se recusava a trabalhar para um ser humano tão feio, um predestinado umbilicalmente ligado ao barroco, o mesmo que produziu uma obra de uma beleza ímpar, a tal ponto que o francês Germain Bazin, grande estudioso do barroco mineiro, não hesitou em classificar o seu trabalho como “a última aparição de Deus evocada pela mão do homem”.

Sim, é linda a tua cidade, Larissa.

 

Guia prático

COMO IR

A TAP é a única companhia aérea que liga, sem efectuar qualquer escala, Lisboa a Belo Horizonte, com uma tarifa (na primeira semana de Dezembro) a rondar os 1050 euros. Desde a capital de Minas Gerais, a Viação Sandra (www.viacaosandra.com.br), entre outras empresas, opera um serviço regular de transporte em autocarro até Congonhas do Campo, um percurso que se cumpre em pouco mais de uma hora e com um preço (ida e volta) a rondar os 15 euros. Como alternativa mais em conta, o melhor é voar entre a capital portuguesa e o Rio de Janeiro, utilizando depois um transporte terrestre para chegar a Congonhas do Campo. Tendo como referência as mesmas datas, a TAP cobra 860 euros, enquanto a British Airways, em conjunto com a Iberia, garante a ligação entre as duas cidades por 740, com a desvantagem de obrigar a uma escala de duas horas em Londres (voo de ida) e de cinco em Madrid (no regresso).

Do Rio de Janeiro, a melhor opção passa pela Util, com autocarros confortáveis e um preço por percurso (até Belo Horizonte) entre os 25 e os 36 euros. Entre a cidade maravilhosa e Congonhas do Campo, ao longo de alguns cenários magnificentes (passa por Petrópolis), são seis horas de viagem – basta pedir ao motorista que o deixe na BR-040, onde poderá apanhar um autocarro para o centro da cidade, situada a curta distância.  

QUANDO IR

A época da Páscoa, com múltiplas actividades religiosas, é uma das melhores alturas para visitar Congonhas do Campo. Com um clima subtropical húmido, é uma cidade quente, com verões chuvosos e queda substancial das temperaturas no Inverno. O Outono, entre Março e Junho, e a Primavera, de Setembro a Outubro, são as estações do ano ideais para conhecer esta cidade do Estado de Minas Gerais.

Setembro, entre 7 e 14, é um mês particularmente interessante, quando tem lugar o Jubileu, levando cerca de 300 mil peregrinos a Congonhas do Campo para professar a sua fé e pagar as suas promessas. É difícil encontrar quartos disponíveis na cidade e não é por acaso que, num passado não muito distante, os locais se vangloriavam de ganhar numa semana o suficiente para viverem um ano.   

ONDE COMER

Situado no rés-do-chão do Hotel Colonial, o restaurante Cova do Daniel (Praça da Basílica, 76) é um dos mais agradáveis de Congonhas do Campo, sem pretensões mas com uma oferta de autêntica comida mineira. Ao lado do centro histórico, a Casa da Ladeira (Rua Doutor Paulo Mendes, 649), também com bons pratos da cozinha regional, é outra das opções a ter em conta, bem como a Churrascaria Zé Dias (neste caso um carro alugado ou um táxi serão de grande utilidade), na BR-040, ao KM 605, no Bairro Jardim Profeta, com pratos tradicionais confeccionados em fogão a lenha.

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