Fugas - Viagens

  • FOTOS: HANS LOZZA

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O parque que recusa a mão do homem

O trilho vai ficando cada vez mais distante, o ruído dos pássaros mais longínquo, o silêncio não é mais do que uma miragem. O regresso a Zernez marca a entrada num outro mundo, menos belo, menos natural, como se, para o outro lado, nas nossas costas, ficasse um pedaço de cada um de nós, num lugar que não inspira mais nenhum outro, onde o homem é bem-vindo desde que mantenha as suas mãos nos bolsos, resistindo a cada flor, resistindo a cada ramo, resistindo a cada pedra que possa ser removida, resistindo a cada árvore caída da qual a natureza acabará por se encarregar – talvez porque da simplicidade é feita, ao fim de algum tempo, a felicidade do homem, o Parque Nacional Suíço permanece como refúgio das duas.

Guia prático

QUANDO IR

A Suíça pode ser visitada em qualquer altura do ano mas o Inverno e a Primavera são as estações ideais para quem aprecia os encantos da natureza. No caso específico do Parque Nacional Suíço, apenas está aberto (entrada gratuita) entre os meses de Junho e Outubro. 

COMO IR

O aeroporto mais próximo é o do Zurique, onde pode chegar recorrendo à Swiss ou à TAP, com preços (por vezes voos em código repartido) entre os 160 e os 175 euros para um bilhete de ida e volta desde Lisboa. A partir da cidade suíça, a melhor opção passa por utilizar o comboio para chegar a St. Moritz (pouco mais de três horas e um preço de 73 francos, cerca de 60 euros, para um percurso) e, logo depois, sempre fiel ao transporte ferroviário, a Zernez, ao fim de 50 minutos (18,40 francos), de frente para uma das entradas do Parque Nacional Suíço.

ONDE COMER

O Hotel Bär & Post (www.baer-post.ch) está no negócio do turismo desde 1905 e o restaurante que abriga é um dos lugares onde se prova a gastronomia local, enquanto o Il Fuorn (www.ilfuorn.ch), no coração do parque, goza de um certo estatuto pela qualidade da truta que serve.

ONDE DORMIR

Os lugares indicados para comer servem também como referência para dormir, o primeiro em Zernez, com uma tarifa a rondar os 70 francos suíços, o segundo na estrada fronteiriça ao parque, mas bem no meio desta extensa área, com preços mediante a sua escolha. Ainda mais charmoso, o Chamanna Cluozza, a umas três horas a pé desde Zernez, tipicamente alpino mas aberto somente entre Junho e Outubro.   

A VISITAR

O cantão de Graubünden, com fronteiras com a Itália, a Áustria e o Liechtenstein, oferece múltiplas opções com interesse a todos os que desejarem estender a sua visita para além do Parque Nacional Suíço. No Inverno, há lugares que preenchem alguns imaginários, como St. Moritz, Davos e Klosters: só entre estas duas últimas existem mais de 300 quilómetros de pistas de esqui, acessíveis através da compra de um passe regional (regionalpass), na antecâmara de uma escalada ao Gotschnagrat, tão próximo de teleférico desde a estação ferroviária, tão imponente visto desde as alturas, já perto de tocar o ainda mais majestoso Gotschnawang, onde o nível exigido para a prática do esqui roça a excelência – e é bom não ignorar o grau de dificuldade inerente. Davos, cada vez menos atractiva, nada mais do que uma estância de Inverno e, nos últimos anos, cultivando a imagem de um sentimento anti-globalização, permanece como um must para férias na neve, como St. Moritz, onde os ricos se exibem, como intocáveis apreciando as águas calmas do lago sob a protecção das montanhas.

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