Fugas - Viagens

  • Lagoa das Sete CIdades
    Lagoa das Sete CIdades João Silva
  • Na doca de Ponta Delgada
    Na doca de Ponta Delgada João Silva
  • Na doca de Ponta Delgada
    Na doca de Ponta Delgada João Silva
  • Banho termal no Terra Nostra
    Banho termal no Terra Nostra João Silva
  • Banho termal no Terra Nostra
    Banho termal no Terra Nostra João Silva
  • No Parque Terra Nostra
    No Parque Terra Nostra João Silva
  • Gorreana, plantação de chá
    Gorreana, plantação de chá João Silva
  • Gorreana, plantação de chá
    Gorreana, plantação de chá João Silva
  • Fábrica de Chá Gorreana
    Fábrica de Chá Gorreana João Silva
  • Furnas
    Furnas João Silva
  • Furnas
    Furnas João Silva
  • Furnas
    Furnas João Silva
  • Furnas, o famoso cozido
    Furnas, o famoso cozido João Silva
  • Furnas, cozer ovos
    Furnas, cozer ovos "vulcânicos" para o lanche João Silva
  • Na Cerâmica Vieira
    Na Cerâmica Vieira João Silva
  • Na Cerâmica Vieira
    Na Cerâmica Vieira João Silva
  • Na Caloura
    Na Caloura João Silva
  • Pescadores na zona da Caloura
    Pescadores na zona da Caloura João Silva
  • Caloura, piscina natural
    Caloura, piscina natural João Silva
  • Vista da Caloura
    Vista da Caloura João Silva
  • Uma viagem de barco para observação de baleias, cachalotes ou golfinhos
    Uma viagem de barco para observação de baleias, cachalotes ou golfinhos João Silva
  • E, por fim, durante uma viagem de barco para observação de baleias, cachalotes ou golfinhos ..
    E, por fim, durante uma viagem de barco para observação de baleias, cachalotes ou golfinhos .. João Silva
  • Vista do Pico da Barrosa
    Vista do Pico da Barrosa João Silva
  • Vista do Pico da Barrosa
    Vista do Pico da Barrosa João Silva
  • Pôr-do-sol no Pico da Barrosa
    Pôr-do-sol no Pico da Barrosa João Silva

Continuação: página 5 de 7

Açores, verde esperança

Uma autêntica cozinha natural a céu aberto, portanto. Se tivéssemos tempo, quem sabe, talvez ali voltássemos para fazer o chá que descobrimos na Fábrica Gorreana, fundada em 1883. É a mais antiga e uma das duas únicas fábricas, juntamente com a Porto Formoso, localizada a poucos quilómetros de distância, que produz chá na Europa, desde a folha ao saco. As visitas às instalações começaram no princípio do século XX, com o bisavô de Madalena Mota, quando Jaime Hintze ali instalou a hídrica que ainda hoje produz a electridade contínua que faz as máquinas funcionarem. Foi o primeiro sítio a ter luz na ilha e “as pessoas chegavam aqui para tomar chá e ver o que era a luz eléctrica, devia ser tipo a NASA”, brinca Madalena, filha da actual proprietária, Margarida Hinzte. “Hoje em dia já não entram para ver uma fábrica da Revolução Industrial, mas uma fábrica antiga”, já que a maquinaria é a mesma, uma delas ainda com uma pequena suástica gravada.

A visita, que percorre todas as fases de produção, desde os campos frondosos de camélias (matéria-prima do chá) à sala de provas, mantém-se praticamente inalterada. E gratuita. Nem a possível chegada de mais turistas — “uma fonte de rendimento muito grande” — faz a família mudar de ideias. “Isso era matar a memória do meu avô”, defende Madalena. “Isto sempre foi uma fábrica da freguesia [Maia], é nossa mas não é nossa, é de São Miguel. Seria uma traição fazer-lhes pagar uma chávena de chá.” No Verão, chegam a receber sete camionetas de turistas ao mesmo tempo. “Em Agosto são 400€ só para papel higiénico”, ri-se. “Oxalá” venham mais. “Estou preparada.”

O tempo foge-nos entre tanto calcorrear e já não chegamos a tempo de mergulhar na Caldeira Velha, mas ainda conseguimos subir à lagoa do Fogo e constatar aquilo que tanto nos tinham avisado: nos Açores, nuvens e nevoeiro correm numa dança permanente, ora velando ora descobrindo cada paisagem. Quando chegámos, uma cortina cerrada recebia-nos no miradouro e nem um palmo de lagoa se vislumbrava entre a neblina, para logo depois se revelar em panorâmica, como se o desejo mandasse na meteorologia. Mais um postal icónico da ilha, mas que nem por isso arrebataria o final do dia, poucos metros subidos até ao Pico da Barrosa, tão apoteótico quanto inesperado. Aos nossos pés, ilha e mar fizeram-se nuvens e o sol foi adormecendo sobre elas, tingindo o céu silencioso de dourados e laranjas.

Pouco depois, já em Ponta Delgada, passaríamos por baixo do arco central das Portas da Vila que, conta a lenda, nos faria ficar irremediavelmente apaixonados pela ilha. Mas São Miguel há muito que se entranhou e a vontade, mais do que em partir, está já no regresso.

Guia prático

Como ir

A Fugas viajou com a easyJet, que voa três dias por semana entre Lisboa e Ponta Delgada (terça, quinta e domingo), com mais uma frequência semanal ao sábado a partir de Junho. As tarifas anunciadas oficialmente iniciam-se em 30,49€ (voo de ida).

Onde comer

Além do tradicional cozido das Furnas e do ananás dos Açores, não deixe de provar o bolo lêvedo (pão achatado e doce) ou as queijadas da Vila. Quanto a restaurantes, o S. Pedro (Largo Almirante Dunn, 23-A; tel.: 296 28 16 00; www.restaurantesaopedro.com) é um dos mais populares de Ponta Delgada no Verão, com uma extensa carta de mariscos, peixe e bifes regionais. No Anfiteatro (Portas do Mar – Ponta Delgada; tel.: 296 206 150; www.efth.com.pt), os estudantes da Escola de Formação Turística e Hoteleira unem cozinha moderna de fusão aos sabores mais tradicionais dos Açores, enquanto o Alcides (Rua Hintze Ribeiro, 67; tel.: 296 629 884; www.alcides.pt) é especialmente afamado pelos seus bifes de vaca.

--%>