Fugas - Viagens

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Como Londres está a mudar, Sua Majestade

Os passos do caminho

Em 1837, com apenas 18 anos, Vitória ascendeu ao trono, iniciando um longo reinado (até 1901) marcado pela expansão do Império Britânico até cobrir 25% da superfície da terra. Londres, tirando partido da Revolução Industrial, não parava de crescer: multiplicavam-se as docas e os carris, organizava-se a Grande Exposição (1851) para mostrar a cidade ao mundo, construía-se a primeira linha de metro subterrâneo e a população passava, num curto espaço de tempo, de pouco mais de dois milhões para quase sete milhões de habitantes.

Se a I Guerra Mundial causou poucos danos, a II foi devastadora para a cidade — as bombas lançadas pelos alemães destruíram Londres e provocaram a morte de mais de 30 mil pessoas.

Oh has the world changed or have I changed?
Oh has the world changed or have I changed?

É na década de 1940 que surge a ideia de se criar a Queen’s Walk, seguindo o Tamisa ao longo da margem sul. Patrick Abercrombie (1879-1957), famoso arquitecto e urbanista responsável, em 1916, pelo reordenamento de Dublin, traçou um plano para a reconstrução de Londres na sequência dos bombardeamentos da Lufthwaffe, propondo que a área, maioritariamente industrial, fosse redesenhada para o público, sem ignorar a componente comercial e os espaços de lazer ao ar livre.

O festival britânico, em 1951 (três anos após a organização dos Jogos Olímpicos), um evento promovido para recuperar a auto-estima dos ingleses após as perdas sofridas durante a II Guerra Mundial, esteve na origem da primeira secção do caminho da rainha, para ocidente, na direcção da Westminster Bridge. Mais tarde, em 1977, por ocasião do Jubileu de Prata de Isabel II, o trajecto expandiu-se consideravelmente e foi completado em 1990 com a inauguração da London Bridge City — e seis anos antes de passar a integrar o Thames Path, um trilho nacional que atravessa Londres.

We can go for a walk where it’s quiet and dry
And talk about precious things

Caminho ao longo da ponte de Westminster e detenho-me a meio para gozar da panorâmica neste raro dia de um sol esplendoroso. O Tamisa, fonte de vida, de riqueza e de poder numa época de esplendor, acompanha o meu ritmo — sem pressas; para um lado, o London Eye, a nora-que-é-observatório construída, em 1999, pela British Airways e pela qual já passaram, desde a sua inauguração, mais de 40 milhões de visitantes; para o outro, banhado pelos raios solares, o Palácio de Westminster, ou as Casas do Parlamento, como também é conhecido o edifício gótico vitoriano que abriga as duas câmaras que compõem o parlamento britânico.

Três anos antes de a rainha Vitória chegar ao poder, em 1834, o palácio que já acolhia o parlamento desde 1512 e havia servido de residência para a família real desde os tempos de Guilherme, o Conquistador, foi parcialmente destruído por um incêndio e da estrutura apenas foi possível salvar uma pequena parte, composta pelo Westminster Hall, os claustros e a cripta da capela de St. Stephen e a Jewel Tower, a torre do século XIV onde se guardavam as jóias e o ouro.

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