Fugas - Viagens

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Marselha, do primeiro rap ao último tango

Passeios em volta

Les Calanques et La Camargue

Estamos no Sul de França e isso quer dizer uma imensidão de coisas. Para começar (e nem será preciso continuar), há a paisagem natural: os famosos campos de alfazema, as vinhas da região e os passeios à beira-mar soam ao perfeito cliché francês, é verdade. Mas quem somos nós para não gostarmos de um bom cliché? Fora o pitoresco, vale muito a pena esgueirarmo-nos ao volante de um carro para descobrir os calanques marselheses. São escarpas calcárias sobre o mar (muito) azul que parecem albergar cavernas e transformar-se em montanhas. Num desses calanques, fica Cassis, uma estância turística de Verão, famosa pelo seu peixe fresco e vinho rosé.

Mais próxima de Arles, a Camarga é uma reserva natural desenhada para cavalos brancos, touros negros e flamingos rosa, de onde se colhe sal e arroz. Ao todo, são 13 mil hectares, o que faz da reserva pantanosa uma das maiores da Europa, para desbravar a cavalo, bicicleta, a pé ou em jipe.

A torre ondulada de Frank Gehry

A nova Fundação Vincent van Gogh, inaugurada em 2014, não é a única matéria concreta a provar o movimento contínuo de Arles na linha das artes. Quem deambula fora do centro histórico da cidade, até ao Parc des Ateliers (antigas oficinas da SNCF, a companhia ferroviária francesa), depara-se com uma ordem de trabalhos complexa que pretende erguer uma das obras mais arrojadas do Sul de França: um centro cultural de experimentação interdisciplinar cujo edifício principal é assinado pelo arquitecto Frank Gehry e deverá estar concluído em 2018. A torre ocupará 25 mil metros quadrados e terá 56 metros de altura, nas habituais janelas e plataformas onduladas de aço inoxidável que caracterizam a obra do norte-americano. “Sempre senti que a arquitectura se baseia nos materiais”, defende o arquitecto. Mas também se baseia no contexto, claro. Neste caso, a torre de Gehry estará voltada para o centro histórico de Arles e para o rio Ródano, tocando em profundidade o Parque Natural da Camarga, com os seus flamingos e cavalos brancos.

O projecto é financiado pela Fundação LUMA e pela LUMA Arles, que apoiam a actividade de artistas independentes e instituições nos campos da fotografia, editorial, do documentário e multimédia. Será uma espécie de laboratório dedicado às artes, com salas de conferência, arquivo e exposição, abertas a uma programação regular. Assegura a Fundação LUMA que a plataforma colocará Arles “ao nível das maiores capitais culturais do mundo”.     

GUIA PRÁTICO

Como ir

A Ryanair voa desde o Porto e de Lisboa para Marselha por valores a partir dos 80 euros. Uma vez que à saída do aeroporto da cidade francesa existe uma navette que liga gratuitamente à estação de comboios de Vitrolles (a cerca de cinco minutos), o percurso para locais da Provença como Arles, Aix-en-Provence ou Avignon é simples e imediato. O bilhete até Arles ronda os 15 euros.

Onde ficar

Marselha

La Cité Radieuse
Para além do hotel que o arquitecto Le Corbusier criou dentro da obra arquitectónica de referência de Marselha, na plataforma Airbnb existe um apartamento de 100 metros quadrados, no sexto andar, com vista para a baía de Marselha, disponível 120 euros por noite.

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