Fugas - Viagens

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Mariana Oliveira e André Gomes
    Mariana Oliveira e André Gomes
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Mariana Oliveira e André Gomes
    Mariana Oliveira e André Gomes
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Mariana Oliveira e André Gomes
    Mariana Oliveira e André Gomes
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Mariana Oliveira e André Gomes
    Mariana Oliveira e André Gomes
  • Cristina Fernández, entre os Himba (Namíbia)
    Cristina Fernández, entre os Himba (Namíbia)
  • Cristina Fernández, na Namíbia
    Cristina Fernández, na Namíbia
  • Cristina Fernández, Cataratas Victoria, Zimbabwe
    Cristina Fernández, Cataratas Victoria, Zimbabwe
  • André Parente
    André Parente
  • André Parente
    André Parente
  • André Parente
    André Parente
  • Anabela e Jorge Valente
    Anabela e Jorge Valente
  • Anabela e Jorge Valente
    Anabela e Jorge Valente
  • Anabela e Jorge Valente
    Anabela e Jorge Valente

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Viajantes: confiar é preciso, até certo ponto

Quando prepara uma viagem, Cristina informa-se muito, vê o que pode fazer, visitar, coisas diferentes, não só o típico. Marca apenas a primeira noite de hotel: “Tenho ideia do que vou fazer, mas nada marcado.” Gosta de perguntar aos locais e às vezes segue os conselhos. Já teve boas e má surpresas. No México, a experiência foi frustrante, na Birmânia, por exemplo, “todo un acierto”. E um risco, porque não só seguiram indicações como foram de mota com os homens que se ofereceram para ser os seus condutores durante a sua estadia. “No início pensámos que nos queriam enganar, acabámos por aceitar quando nos prometeram levar a sítios fora das rotas turísticas”, conta. Estavam num país desconhecido, com uma língua desconhecida e homens desconhecidos. “Descobrimos templos abandonados impressionantes, onde não havia um turista. Percorremos caminhos rurais e parámos em aldeias completamente isoladas. Foi uma experiência inolvidável”, recorda, “tanto que todos os dias em que estivemos em Mandalay contámos com eles”. Ainda na Birmânia percebeu como as pessoas se alegram por estrangeiros se interessarem pelo seu país. “Fui comprar uma garrafa de água. Conversa puxa conversa, deram-me fruta, uma pulseira e convidaram-me para jantar.”

Custa-lhe lembrar-se de más experiências — “acho que tenho tendência a esquecer” — mas recorda-se de no Uruguai ter de pagar 60 euros à polícia para não serem multados. “Ficámos horas paradas numa estrada, eles a dizerem que chamariam um juiz. Mas nunca mais chegava ninguém. Acabámos por pagar.” E em Ho Chi Minh (Vietname) foi ao contrário: perante a ameaça de chamar a polícia, um taxista que tentou cobrar-lhes mais do dobro do que sabiam, por experiência, ser o valor da viagem, acabou por desistir. Recentemente, na Tailândia, tinha marcado uma viagem de barco para umas ilhas mais pequenas a partir de Ko Chang. Quando a hora chegou, estava muito mau tempo. “Pensei que o barco não saía.” Saiu e pouco tempo depois estava tudo a vomitar. Ela via os olhares da tripulação e sabia que a situação não era boa. Chegou a olhar em volta a ver se via uma ilha mais próxima para atirar-se à água. “Lo pasé fatal, muy mal”, confessa. Chegou ao destino final e soube que todas as travessias tinham sido canceladas — a dela “furou” o cancelamento. “Já via os cabeçalhos dos jornais: ‘50 chineses e duas espanholas mortas num naufrágio na Tailândia’”, brinca agora.

E agora também confia, sem dúvida, mais nos outros. “Ouvimos desde pequenos que temos de estar alerta, não confiar, não falar com estranhos. Mas vamos aprendendo que há mais pessoas boas que más. Com sorte cruzas-te com as boas.”

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Mariana Oliveira e André Gomes: “Confiar: nos outros e em nós”

Às vezes a simpatia tem segundas intenções. Mariana Oliveira e André Gomes preferiram jogar pelo seguro e não esperaram para ver. Aconteceu em Hoi An, no Vietname, quando pararam as bicicletas para consultar o mapa. Queriam chegar à praia. Pára uma mota e uma rapariga vem ter com eles — o condutor segue e estaciona mais à frente. Acenderam-se os sinais de alerta: “Algo se passa!” A rapariga tenta ajudá-los. Sigam pela direita, indicou. “Agradecemos e fomos pela esquerda”, contam Mariana e André por email, a partir da Nova Zelândia, onde estavam desde Dezembro (agora já estão na Austrália). “E não é que tínhamos razão?” Contudo, o encontro não ficou por aí. Duas horas de pedaladas depois, eis que avistam agora apenas o rapaz na mota e mais à frente outro rapaz, também de mota. Ambos falavam ao telemóvel. “Olhámos um para o outro, invertemos a marcha e voltámos para o hostel.”

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