Fugas - Viagens

  • O Paradee
Resort
    O Paradee Resort Sandra Silva Costa
  • A Suite Villa
é a estrela da
companhia do
Paradee Resort,
    A Suite Villa é a estrela da companhia do Paradee Resort, DR
  • O Paradee
Resort
    O Paradee Resort DR
  • O Paradee
Resort
    O Paradee Resort Sandra Silva Costa
  • em Koh
Kood:  
areais
praticamente
desertos
e um pôr do
sol daqueles
de filme
    em Koh Kood: areais praticamente desertos e um pôr do sol daqueles de filme DR
  • A noite de lua cheia vista pela lente do telescópio do Soneva Kiri, em Koh Kood
    A noite de lua cheia vista pela lente do telescópio do Soneva Kiri, em Koh Kood
  • Banguecoque, Chatuchak
    Banguecoque, Chatuchak

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O tempo perguntou ao tempo quanto tempo se tem na Tailândia

Passamos ao lado esquerdo e a experiência é praticamente a mesma. Quando Vinay pede para olharmos para o nosso corpo como um todo, é realmente quase como se o estivéssemos a ver de fora. Repetimos: alguém sabe explicar-nos o que é que se passa aqui?

Ninguém sabe, por isso arriscamos nós uma resposta: talvez tenhamos tido, finalmente, tempo para sair do nosso próprio casulo. Dito isto, estamos preparados para o que o tempo ainda tem para nos oferecer. Por exemplo: esta noite, depois de assaltarmos a gelataria e a chocolataria do Soneva (ambas quase imorais de tão boas, os chocolates então…), ainda iremos à Lua, cortesia do observatório do resort onde, graças a um potente telescópio, a conseguimos ver grande, redonda, próxima, linda no seu esplendor quase cheio. E também vemos Saturno, mais pequenino, mais distante, emoldurado nos famosos anéis. Mais tarde, porém, iremos do céu praticamente ao inferno, quando quisermos abrir a porta do quarto e tivermos à espera um gigantesco (bom, isso dependerá do medo de cada um…) lagarto, aos nossos olhos seguramente uma ameaçadora iguana. Resta-nos gritar por ajuda, que chega na forma de um companheiro de viagem (obrigada, Nuno!) que monta guarda à porta e se certifica que o visitante não entra no quarto. Pela primeira vez desde que chegámos à Tailândia, dormimos com o ar condicionado a bombar — dizem-nos que assim os bichos se afastam. Fechamo-nos na rede mosquiteira e, quase heresia, subimos o edredão até às orelhas. Amanhã é outro dia.

Despertamos cedo, quase a tempo de ver o sol levantar-se. Temos a piscina só para nós, convidativa — ela e um escorrega ao qual não conseguimos resistir. Só uma descida. E outra, depois outra, que não há duas sem três. Ainda nos esticamos na espreguiçadeira a ler e a olhar para o mar e as palmeiras de filme. Tudo isto antes do pequeno-almoço na copa das árvores. Entramos numa espécie de ninho de bambu gigante, com capacidade para quatro pessoas, que sobe a uma altura de uns 10 metros puxado por cabos. A comida — fruta fresca, sumos, salmão, pães diversos, croissants, queijos — há-de chegar às costas de um funcionário que se desloca entre as árvores de slide. Nós só temos de comer e apreciar a paisagem esmagadora. Nada mal para começar o dia.

Vista daqui, do refúgio do Soneva, a ilha parece perfeita — mas e o resto? Queremos conhecer (espreitar, pelo menos) Koh Kood para além dos resorts onde se vivem dias de sonho. Kanya é o nosso motorista e praticamente não fala inglês. Vamos desbravando a estrada aberta no meio da vegetação densa e vendo casas com tijolos a descoberto, algumas guest houses, um cabeleireiro, um campo de futebol. Kanya aponta-nos a biblioteca, a escola secundária, o hospital onde trabalha um médico. A custo, lá percebemos que o banco chegou à ilha há quatro meses.

Continuamos até Ao Salad, na costa nordeste de Koh Kood. É uma pequena vila piscatória, palafítica, e aqui nota-se bem a vizinhança: bastam poucos minutos junto ao mar para perceber que os habitantes, poucos, são uma mistura de tailandeses e cambojanos — o Camboja é mesmo aqui ao lado. Praticamente todas as famílias vivem da pesca ou de actividades que gravitam à volta dela. Mal chegamos, damos de caras com umas redes azuis onde seca o camarão — e daqui a pouco vemos camarão seco à venda dentro de frascos por 460 bahts (cerca de 11 euros). Há quem lave búzios com escovas de dentes e sorria, e quem não levante sequer os olhos das redes que vai reparando à medida que nos aproximamos e perguntamos se podemos fotografar. Os miúdos entretêm-se a saltar para a água.

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