Fugas - Viagens

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    O Paradee Resort Sandra Silva Costa
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Paradee Resort,
    A Suite Villa é a estrela da companhia do Paradee Resort, DR
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    em Koh Kood: areais praticamente desertos e um pôr do sol daqueles de filme DR
  • A noite de lua cheia vista pela lente do telescópio do Soneva Kiri, em Koh Kood
    A noite de lua cheia vista pela lente do telescópio do Soneva Kiri, em Koh Kood
  • Banguecoque, Chatuchak
    Banguecoque, Chatuchak

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O tempo perguntou ao tempo quanto tempo se tem na Tailândia

Fora da linha de mar, Ao Salad é praticamente nada. Há um buda gigante a rasgar as árvores e quando nos aproximamos percebemos que o templo ainda está em construção. De resto, um restaurante que serve peixe e marisco e um cartaz amarrado a um poste de electricidade anuncia um bungalow por 500 bahts (12,70 euros) “com casa de banho privativa e chuveiro com água quente”. Há também uma pequena mercearia, que vende desde o inevitável Tiger Balm a frutas secas, passando pelos búzios que vimos há pouco. O site explorekohchang.com descreve Ao Salad, e também Ao Yai, outra vila piscatória, esta no sudeste da ilha, como “uma janela para a vida local nesta parte do globo” e cruza os dedos para que o turismo, que “felizmente” ainda é pouco, não lhe altere muito a fisionomia. 

Voltamos ao resort. Estamos no nosso último dia na ilha, levantamos voo daqui a poucas horas no avião privado do Soneva Kiri (há seis voos por dia para Banguecoque a partir do minúsculo aeroporto; o aparelho, com capacidade para oito passageiros e dois tripulantes, leva uma hora para chegar à capital tailandesa e pelo caminho sobrevoa as ilhas e os imensos arrozais), mas ainda vamos acompanhar Martijn van Berlo numa visita pelo ecocentro. “Esta ainda é uma ilha remota, de natureza intocada”, explica o biólogo holandês que trabalha no Soneva como “naturalista” desde Fevereiro de 2015. Saiu-lhe uma espécie de sorte grande: estava em Banguecoque, de mochila às costas, quando conheceu “alguém” que lhe ofereceu trabalho em Koh Kood. “Foi o meu primeiro emprego a sério.”

Hoje é ele o responsável pelo ecocentro do resort, onde, por exemplo, se procede à transformação do óleo usado nas cozinhas em biodiesel. “Uma das grandes preocupações do Soneva é manter e melhorar a sustentabilidade”, garante Martijn. Mais um exemplo: “Esta ilha tem um elevado número de cães, que, não sendo maltratados, também não são muito cuidados pela população. Estavam a reproduzir-se de forma descontrolada e nós, em articulação com uma equipa de veterinários de Phuket, procedemos à sua esterilização. Eram cerca de 800 cães, 750 já estão esterilizados. É o melhor para todos”, refere o biólogo.

Despedimo-nos de Martijn e daqui a pouco despedimo-nos do Soneva, de Koh Kood, da Tailândia dentro de algumas horas. Mas ainda queremos comer mais um gelado (chocolate negro e limão, por favor) e dar os derradeiros mergulhos. Teremos tempo?

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.

Uma viagem de Portugal para a Tailândia implica quase sempre uma paragem em Banguecoque. Mesmo quem tem como objectivo principal descobrir as praias do golfo da Tailândia ou do mar de Andamão deve aproveitar a escala para descobrir a capital. A jornada será tão mais longa consoante os dias que se dediquem a Banguecoque, uma metrópole onde vivem 12 milhões e com muita coisa para ver.

Desta vez, naquela que foi a nossa segunda visita, nem dois dias inteiros ficámos em Banguecoque. Não dá para nada, nem para a cova de um dente. Fiquemo-nos, então, pela visita ao mercado de Chatuchak — que, nem de propósito para quem tem tão pouco tempo, é um dos maiores mercados de rua do mundo. São 14 hectares de tendas e lojas, perto de 10 mil, onde se vende tudo. Pense, por exemplo, em cães, gatos, peixes e tartarugas: estão lá; em sabonetes artesanais, também; em antiguidades, idem; em roupa, livros, calçado; em ananases bem pequeninos vendidos em sacos de plástico; em flores e plantas; em inaladores de ervas para as vias respiratórias; em música; em bijuteria; em imitações de marcas finas mais ou menos perfeitas. Chatuchak, o mercado que há 66 anos funciona aos sábados e domingos das 9h às 18h, tem tudo e um par de botas. E se estas  estiverem a magoar os calos, também tem massagens aos pés, 30 minutos por 150 bahts, não chega a quatro euros, numa tenda climatizada e com Wifi.

Portanto, só tem mesmo de se fazer à estrada e seja o que os deuses quiserem. Todos os guias dizem que é bom chegar cedo, que Chatuchak pode ser um inferno (há dias em que passam por aqui 200 mil pessoas), mas a nossa experiência foi bem mais tranquila. Chegámos pelas 10h e o calor era o que mais oprimia. O mercado está dividido por secções, para tornar mais fácil a orientação de quem vai às compras com objectivos específicos, mas tem mais graça deambular pelas ruelas a deitar o olho às bancas. Regatear é obrigatório, mas também é uma arte. E se porventura comprar mais do que devia e se acabarem os bahts, os vendedores, mesmo que não tenham um terminal, arranjam uma maneira (segura) de pagar com cartão.

Também há comida em Chatuchak, mas neste particular tem muito mais interesse o vizinho mercado de Or Tor Kor, que é um regalo para os olhos. As frutas compõem uma paleta bem colorida, e entre elas contam-se cocos, mangostões, melancias e durian, uma espécie de fruta nacional da Tailândia. Olga, a nossa guia, comenta que hoje está muito caro, o durian. “Cento e oitenta bahts por 100 gramas”, 4,60 euros. Também há arroz, todo um sortido de especiarias, uma miríade de frutos secos, fios de ovos, herança da presença portuguesa na Tailândia no século XVI, carne grelhada, peixe frito.

De resto, em Banguecoque é também obrigatória uma visita ao Palácio Real, residência oficial da família real tailandesa mas que é, antes de tudo, um notável conjunto de templos e edifícios. A não perder o Wat Phra Kaew, onde está o famoso Buda Esmeralda, e o Wat Pho, onde se encontra o Buda Deitado (46m de comprimento, 15 de altura). Está bem de ver que o complexo é um formigueiro de turistas, razão pela qual é aconselhável chegar cedo e com roupa apropriada — grande parte destes lugares são considerados sagrados, pelo que pernas e braços à mostra não são permitidos.

GUIA PRÁTICO

Quando ir

A melhor altura para viajar para a Tailândia é entre Novembro e Fevereiro. De qualquer forma, a estação das chuvas (de Julho a Outubro) pode não ser tão má quanto isso, sobretudo dependendo da zona da Tailândia para onde se viaja: há com certeza menos turistas, os preços são mais acessíveis e nalgumas partes do país a vegetação é ainda mais luxuriante. Certo, certo é que apanhará sempre calor.

Como ir

Há no mercado várias hipóteses para voar até Banguecoque. A Fugas viajou com a TAP até Roma e, daqui, com a Thai Airways até Banguecoque (cerca de dez horas de viagem). Uma simulação feita para os primeiros dias de Outubro devolveu preços a rondar os 950 euros.

Onde dormir

Em Banguecoque, experimentámos (e mais do que aconselhamos) o Okura Prestige, que tem quartos e suítes para todos os gostos. Os quartos Deluxe Corner, como era o nosso, no 26.º andar, oferecem uma panorâmica incrível sobre a cidade, graças a janelas que se rasgam em todas as paredes. Quem quiser pode dormir e acordar com Banguecoque aos pés — e à cabeça. A cereja no topo do bolo deste hotel de um grupo japonês é, contudo, a piscina infinita no 25.º andar. Um duplo Deluxe Corner com pequeno-almoço pode reservar-se por cerca de 160 euros.

The Okura Prestige Bangkok
57 Wireless Road, Lumpini, Pathumwan
Bangkok 10330
Tel.: +66 (0)2 687 9000; fax: +66 (0) 2687 9001
Email: info@okurabangkok.com
www.okurabangkok.com
Em Koh Samed, experimentámos, como já se disse, o Paradee. Até 31 de Outubro, as Garden Villas custam cerca de 570 euros por noite (duas pessoas). A partir dessa data, os preços sobem mais e mais. Nalguns períodos, são exigidas pelo menos três noites de estadia. Para pacotes de uma semana, por exemplo, os valores serão reajustados.

Paradee Resort
76 Moo 4, Tumbol Phe, Amphur Mueng, Rayong 21160
Tel.: +66 038-644 285-7; 061-4138465; 061-4138466; 061-4138467; fax : 038-644 282
Email : rsvn@paradeeresort.com
www.samedresorts.com/paradee

 

Já o Soneva Kiri, em Koh Kood, tem preços a começar nos 802 euros por noite nas acomodações mais pequenas, para o período de 12 de Maio a 30 de Setembro do próximo ano. Este valor refere-se ao alojamento para duas pessoas e pequeno-almoço. Mas os preços podem içar-se até aos 3200 euros, para estadias de 20 de Dezembro até 13 de Janeiro.

Em todos os casos, deixamos apenas preços indicativos. O melhor mesmo é contactar directamente os hotéis.

 

Soneva Kiri
110 Moo 4, Koh Kood District, Trat 23000
Tel.: +66 (0) 82 208 8888; fax: +66 (0) 3961 9808
Email: reservations@soneva.com
www.soneva.com/soneva-kiri

 

Onde comer

Na Tailândia a resposta só pode ser uma: praticamente em todo o lado. A gastronomia do país é muito rica e afamada e a qualidade da comida de rua, embora varie muito, naturalmente, é de recomendar. Os preços, para as bolsas ocidentais, são bastante comportáveis: na rua consegue comer um pad thai, o prato “nacional” feito com noodles, por menos de três euros. Depois há o reverso da medalha: os muitos restaurantes que elevam a cozinha tailandesa a um patamar de estrelato.

Em Banguecoque, há várias dessas moradas. As que experimentámos incluem o Long Table, instalado num 25.º andar com uma vista soberba para a cidade, e que serve refeições de antologia (preço médio por pessoa: 30€). Tem a particularidade de ter aquela que se assume como a “maior mesa de refeições” de Banguecoque (25 metros) e tem também um nome completo interminável — The Long Table of Krung Thep Mahanakhon Amon Rattanakosin Mahinthara Ayuthaya Mahadilok Phop Noppharat Ratchathani Burirom Udomratchaniwet Mahasathan Amon Piman Awatan Sathit Sakkathattiya Witsanukam Prasit — que mais não é do que a utilização do nome completo da capital tailandesa. Isso mesmo: Banguecoque tem inclusive direito a recorde do Guinness por ser a cidade capital com o nome mais comprido. A tradução dará qualquer coisa como isto: “A cidade dos anjos, a grande cidade, a jóia eterna, a inexpugnável cidade do deus Indra, a cidade feliz, a grande capital do mundo que tem nove pedras preciosas, entre as quais pontifica um enorme Palácio Real que se assemelha à casa celestial onde reina o deus reincarnado, a cidade dada por Indra e construída por Vishnukarma.” Não admira, claro, que a designação oficial da cidade nunca seja usada — já agora, informa por email a Destination Asia, os locais raramente se referem à sua cidade como Banguecoque, preferindo a fórmula original abreviada: Krung Thep.

O Issaya também vale muito a visita. Pela qualidade da comida, claro, mas também pelo próprio espaço, onde se destaca a sala principal, sim, mas igualmente as do andar de cima, mais pequenas, que permitem, por exemplo, refeições mais privadas (preço médio: 40€ por pessoa).

Já o Sra Bua by Kiin Kiin é de outro campeonato. Fica no Hotel Kempinsky e é a extensão em Banguecoque do Kiin Kiin de Copenhaga — e este restaurante na capital dinamarquesa é “o único” tailandês no mundo com direito a uma estrela Michelin, lê-se na sua página online. Obra do restaurateur Lertchai Treetawatchaiwong e do chef Henrik Yde-Andersen, também júri no conhecido programa de televisão Masterchef, o Kiin Kiin abriu em 2006 e ganhou entretanto o reconhecimento dos inspectores do Guia Vermelho. Em Banguecoque, o Sra Bua estreou-se com a abertura do hotel, em 2010, e em 2014 foi considerado um dos 50 melhores restaurantes da Ásia. Provar ao que sabe esta comida de base tailandesa vestida de nouvelle cuisine não é barato — 2900 bahts, a que acrescem 10% de taxa de serviço e outros 7% de imposto, o que há-de perfazer uns 90 euros por um menu de degustação de 11 pratos que pode durar três horas —, mas a experiência, podemos garantir, vale cada euro investido.

Em Koh Kood, aconselhamos pelo menos uma refeição no Benz, um restaurante do Soneva Kiri que toma o nome da cozinheira que Sonu e Eva, os fundadores do grupo, encontraram por acaso há 15 anos quando pediam indicações num café de beira de estrada. A comida de Benz cativou-os de imediato e a tailandesa passou a fazer parte da comunidade Soneva. Primeiro trabalhou no Soneva Fushi, nas Maldivas, agora está em Koh Kood. Tinham-nos dito que a melhor hora para visitar o seu restaurante era ao pôr do sol, mas fomos negligentes e deixámos passar a oportunidade. Já era noite cerrada quando nos sentámos na esplanada rodeada de água a provar o tempero tradicional tailandês de Benz e a experiência valeu muito a pena. A não perder.

 

The Long Table
48 Column Tower, Fl.25
Soi Sukhumvit 16, Klongtoey noe, Wattana, Bangkok 10110
Tel.: +66 2 302 2557
www.longtablebangkok.com

 

Issaya Siamese Club
Chuea Phloeng Rd, Thung Maha Mek, Sathon, Bangkok 10120
Tel.: +66 2 672 9040
www.issaya.com

 

Sra Bua by Kiin Kiin
Siam Kempinski Hotel /9, 991 Rama I Rd, Pathum Wan, Bangkok 10330
Tel.: +66 2 162 9000
www.kempinski.com

 

A Fugas viajou a convite da Autoridade de Turismo da Tailândia e da Destination Asia

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