Fugas - Viagens

  • O Paradee
Resort
    O Paradee Resort Sandra Silva Costa
  • A Suite Villa
é a estrela da
companhia do
Paradee Resort,
    A Suite Villa é a estrela da companhia do Paradee Resort, DR
  • O Paradee
Resort
    O Paradee Resort DR
  • O Paradee
Resort
    O Paradee Resort Sandra Silva Costa
  • em Koh
Kood:  
areais
praticamente
desertos
e um pôr do
sol daqueles
de filme
    em Koh Kood: areais praticamente desertos e um pôr do sol daqueles de filme DR
  • A noite de lua cheia vista pela lente do telescópio do Soneva Kiri, em Koh Kood
    A noite de lua cheia vista pela lente do telescópio do Soneva Kiri, em Koh Kood
  • Banguecoque, Chatuchak
    Banguecoque, Chatuchak

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O tempo perguntou ao tempo quanto tempo se tem na Tailândia

Duas horas de pestana aberta. E sentimos que acabámos de adormecer quando o despertador toca, às 8h15. Continua a chover, mas muito menos.

Estamos no Paradee Resort, na ponta sul de Koh Samed. Pela sua proximidade com Banguecoque — umas duas horas e meia por estrada até Rayong, mais uma travessia marítima que dura entre 20 a 30 minutos, consoante o barco que se apanhe no cais de Ban Phe —, esta ilha é muito popular como destino de fim-de-semana para quem vive na capital tailandesa e arredores. É também muito procurada por mochileiros, que alugam os bungalows com vista para o mar ou camuflados na floresta, que aqui é densa e protegida — Samed está inserida numa reserva nacional. Há uns 20 ou 30 anos, não havia hotéis nem estradas.

A ilha, com 13 quilómetros quadrados, é um protótipo das ilhas tailandesas: um mar quente e parado (esta costa encontra-se no golfo da Tailândia), praias de areia branca, coqueiros e palmeiras e pouco mais. Apesar de ser um destino importante para os jovens de Banguecoque, que muitas vezes a escolhem como viagem iniciática logo depois de terminarem os estudos, Samed parece ainda não ter sido grandemente descoberta pelo turismo de massas internacional (a afluência é sobretudo nacional; entre os estrangeiros, destacam-se os chineses, o mercado europeu, por exemplo, ainda está muito pouco explorado). Está a léguas das hordas de turistas de Koh Samui, também no golfo, ou de Phuket, no mar de Andamão.

Até porque, apesar de reunir todos os clichés de postal ilustrado, sai ainda mais ou menos ilesa da indústria turística. Há vários hotéis — só o grupo Samed Resorts, que detém o Paradee, tem mais seis —, restaurantes e bares, mas a uma escala relativamente comedida. “As autoridades preocupam-se com a sustentabilidade da ilha, são muito cuidadosas no licenciamento de novos empreendimentos”, há-de dizer-nos Pornthep Hantrakarnpong, o director do Paradee.

Uma volta rápida pela principal vila da ilha, Nadan, na ponta norte de Samed, aonde aportam a maioria dos ferries que chegam do continente, permite perceber várias coisas: há poucos carros, mas muitas motas; alguns bares que servem comida pouco exigente, mas com música sempre nas alturas, não fosse esta, já se disse, a ilha-recreio de Banguecoque, que dista daqui 220 quilómetros; as lojas que se distribuem pela Main Street, nome pomposo para uma rua pequena que se percorre em menos de cinco minutos, vendem o básico dos básicos — comprar souvenirs, por exemplo, não é nada fácil, a não ser que se queira optar por vestidos de praia ou chinelas que tanto podiam ser compradas aqui, na China ou em Portugal.

É certo que estamos na época baixa (a nossa viagem decorreu em Julho, temporada das chuvas) e alojados num dos mais exclusivos resorts da ilha, mas ainda assim, pelo que vimos, Samed pode muito bem ser um reduto de tranquilidade — sobretudo se estivermos, como estamos, na ponta sul, muitíssimo mais resguardada da ocupação hoteleira. Comprovamo-lo nesta manhã que se vai limpando das marcas da tempestade. Pelas 10h, quando andamos a conhecer os cantos à casa, alguns empregados varrem a praia Kiew Na Nok, como que a pôr no sítio certo cada grão desta areia que é mais fina que farinha. De resto, mais ninguém. Ao mar ainda lhe falta aquele tom Photoshop, mas dêem-lhe tempo: mais umas duas horas e estará num esplendor azul-turquesa que quase cega.

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