Fugas - Viagens

  • Humberto Lopes
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Um país que não cabe no mapa

A vida não é, definitivamente, um rio tranquilo. Será, outrossim, uma mancheia de vários, correndo desordenados, cada um levando nas águas vorazes os pequenos frutos da erosão, pedaços de vida transformada, mágoas e mágoas, também, como dizia o poeta Manuel da Fonseca, arrastando para longe os despojos da sua longa viagem. A Guiné e os seus rios: uma metáfora da vida.

 

Bijagós, o arquipélago maravilhoso

É a menina dos olhos do turismo de natureza na Guiné-Bissau e, sem surpresa, o foco dos programas que operadores turísticos portugueses acabam de lançar, na sequência de iniciativas semelhantes de algumas das suas congéneres estrangeiras em 2016.

São mais de oito dezenas de ilhas, a grande maioria desabitadas, e fazem parte da Reserva da Biosfera da UNESCO desde 1996. Acolhem as reservas naturais mais antigas da Guiné-Bissau, o Parque Nacional de Orango e o Parque Nacional Marinho de João Vieira e Poilão. O Arquipélago dos Bijagós é um imenso relicário de paisagens superlativas e de vida selvagem, de que são exemplo as populações de hipopótamos de água salgada, tartarugas, lontras, golfinhos, macacos e gazelas.

Habitado pelo povo bijagó, e em virtude da conservação de muitas tradições e práticas culturais singulares, determinada pelo seu contínuo isolamento, o arquipélago tem sido também paixão e objecto de estudo de antropólogos e etnólogos. No capítulo das memórias coloniais, em Bolama, a ilha mais próxima do continente, reina uma atmosfera de sortilégio, propiciado pela arquitectura decadente de um lugar que foi capital do território até meados do século XX.

Isto é conversa de papel, palavra escrita. Os leitores (e espectadores) mais curiosos pelas coisas da Guiné — pelo arquipélago e por outras paragens — terão em breve, a partir de Abril ou Maio, a possibilidade de assistir a uma série de documentários na RTP África com o título Nô Bai. A responsabilidade da produção é da Stand Up Media e a rodagem está a começar. Será um relato de uma grande viagem por um país praticamente desconhecido pela maioria dos portugueses, com ênfase no potencial de ecoturismo e de turismo de natureza.

 

Guia prático

Como ir

Os voos directos entre Lisboa e Bissau são assegurados pela TAP. Uma alternativa pode ser via Cidade da Praia, em Cabo Verde, com ligação pelos TACV.

O acesso aos Bijagós pode ser feito em canoa pública (para Bolama) e via Expresso dos Bijagós (para Bubaque), que parte e regressa em dias certos da semana (informações e horários a confirmar sempre no porto de Pidjiguiti). Existe também a possibilidade de agendar um cruzeiro de três dias aos Bijagós a partir de Bissau (www.africa-princess.com; email: africa.princess.bijagos@gmail.com, tel.: 24 5969283386).

Quando ir

O clima é tropical e tem duas estações, uma seca, que decorre de Novembro a Abril, e outra, a das chuvas, que vai de Maio a Outubro. Durante a estação das chuvas muitas estradas do interior ficam intransitáveis.

Onde ficar

Embora escassa, em alguns locais a oferta hoteleira é bastante boa, como acontece em Varela e em algumas ilhas dos Bijagós. Eis algumas sugestões:

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