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Essen, a cidade que era triste e cinzenta vive agora alegre e veste de verde

Ainda hoje, tantos anos depois, são muitos aqueles que ligam o mundo de Krupp com o período mais turbulento da história germâmica — não foi apenas uma questão de fornecer equipamento para a máquina de guerra alemã, também teve a ver com o apoio financeiro que Hitler necessitava para construir, com um suporte sólido, o poderio da sua base política — e também não foi por acaso que as estruturas de Krupp constituíram um dos primeiros alvos dos bombardeamentos das tropas aliadas, as quais destruíram ou provocaram danos em mais de dois terços antes de um tribunal militar americano condenar Alfried Krupp von Bohlen und Halbach a pena de prisão, da qual foi libertado em 1951 para reassumir a direcção da companhia dois anos mais tarde – nada se perde em ler William Manchester e a sua crónica, The Arms of Krupp, para melhor perceber o peso e o significado da família para a Alemanha. 

Experimente, no final de uma rua arborizada do sul de Essen, subir a uma colina, hügel, e fite com os seus olhos atentos a Villa Hügel, a mansão construída entre 1870 e 1873, no meio de um parque magnífico, da família Krupp, onde viveram Alfred, também conhecido como o rei do canhão e, entre outros, a sua filha, Bertha (para a história fica grosse Bertha, os canhões que permitiram bombardear Paris durante a I Guerra Mundial), esposa de Gustav von Bohlen und Halbach, autorizado, pelo rei da Prússia, a acrescentar seu nome à família para perpetuar a dinastia.

A Villa Hügel, onde Bertha chegou a dispôr, em 1914, de 648 empregados domésticos, conta com 269 quartos e uma área superior a 8000 metros quadrados; suspensos nas paredes do salão dos Imperadores, grandes retratos de Augusta Victoria, de Guilherme I, de Frederico III, de Guilherme II, um mundo de ostentação, para o qual Hitler (bem como a elite nazi) fora convidado — mas não passou sequer uma noite no local, Bertha não nutria qualquer simpatia por ele.

Na mansão, que pode ser visitada de terça a domingo, permanece a marca deixada por cada geração. Por um lado, a biblioteca; por outro, o salão do jardim, com os seus estuques, lambris, a sua colecção de tapetes flamengos do século XVIII; um pouco mais acima, o escritório de Alfred, que depois foi de Gustav e, mais tarde, do filho deste, Alfried, sem ignorar o apartamento do imperador; no parque, Alfred teve o cuidado de mandar plantar árvores adultas da região para poder ver uma verdadeira floresta desde o seu refúgio, enquanto os seus sucessores dotaram o espaço de outras espécies mais exóticas. Ardnt, o último herdeiro, falecido em 1986, renunciou ao capital que lhe cabia para criar uma fundação, consagrando-o a acções culturais e socias, como são exemplos o hospital de Essen e a exposição do museu Folkwang.

Uma mina

Volto à conversa com Simone Raskov.

— O desenvolvimento urbano numa perspectiva verde funcionou como uma força motriz em geral no último decénio. Isto significa que a criação de áreas verdes, extensões de água, trilhos pedonais e para bicicletas, todos eles ligados, entre bairros e regiões, constituíram o ponto de partida para o desenvolvimento urbano de áreas maiores, como estratégia de adaptação para as alterações climáticas.

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