É no “jogo do queijo” que melhor desfrutamos deste produto emblemático. Iban Mate, responsável pelo hotel Dolarea, em Beasain, foi desafiado a fazer algo com o queijo Idiazabal e promoveu o “casamento” deste com o txacoli, um vinho branco muito leve, ligeiramente gaseificado típico do País Basco (cada província tem a sua denominação de origem). Algo “impensável”, diz, numa região onde o queijo se come com vinho tinto. Queijos de várias idades e fumado (na origem era-o assim, ainda que involuntariamente: eram feitos nas cabanas dos pastores, “onde até o cão era fumado), txacoli de várias idades. É daqui que sai a melhor combinação, defende Iban, cada produto, autóctone (ainda que o txacoli seja mais comum na costa, tendo aqui sido, em parte, substituído pela sidra), fazendo sobressair o outro.
Guia
Como ir
A TAP voa de Lisboa para Bilbau. A partir daí há comboios e camionetas para Beasain. Goierri está bem servida de transportes públicos, mas o ideal será talvez alugar um carro. Ou então uma bicicleta e seguir o “caminho vermelho”: a ciclovia que liga todas as comarcas.
Onde ficar
A Fugas ficou alojada no Hotel Dolarea, em Beasain.
Nafarroa Etorbidea, 57,
20200 Beasain, Gipuzkoa
Tel.: +34 943 88 98 88
www.hoteldolarea.com
Onde comer
Não deve falhar (nos falhámos) uma sidraria tradicional, onde o menu é normalmente composto de omolete de bacalhau, bacalhau com pimentos, e chuletón — com sidra à discrição.
Restaurante Dolarea
Um chef recém-chegado trouxe novas técnicas, mas o ADN continua a ser de Goierri.
Nafarroa Etorbidea, 57,
20200 Beasain, Gipuzkoa
Espanha
Tel.: +34 943 88 98 88
www.hoteldolarea.com/el-restaurante
Restaurante Oiangu Baserria
Primeiro restaurante gerido inteiramente por alunos do Centro Culinário Basco. Entre a inovação e a tradição, inspirada pela temporada, o que mudou desde que vieram de San Sebastián foram as porções: “Aqui têm de ser 15% maiores”. É um restaurante km0.
Parque de Oiangu s/n
20240 Ordizia
Tel.: +34 677 342 321
www.oiangubaserria.com
O que ver
Mina Aizpea
Faz parte da “paisagem cultural de Zerain”, o complexo mineiro de Aizpea, constituído por 150 hectares e 200 galerias, uma visitável. A exploração do ferro na região começou no século XI e terminou em meados do século XX, já depois de ingleses e alemães aqui terem estado. Além de um centro de interpretação, podem visitar-se as fornalhas de calcinação (três edifícios redondos de pedra, como chaminés bojudas).
Serração hidráulica de Larraondo
Também parte da “paisagem cultural de Zerain”, foi construída em 1897, por dois irmãos que viviam numa ainda remota propriedade de Zerain, encaixada num vale. O moinho de água construído na margem do rio Lasurtegi fornecia a energia para a serração e também electricidade na casa, mais afastada (que assim foi a primeira a ter luz nas redondezas).
Museu Barandiaran
Situado en Ataun, a povoação mais comprida de Goierri (12 quilómetros), dividida em três bairros, este museu é dedicado à vida e obra de Joxemiel Barandiaran, natural da terra. Barandiaran é, ainda hoje, o nome cimeiro do folclore e etnografia bascas, o cânone por que todos se regem. Nascido em 1889, foi padre, arqueólogo, antropólogo e etnólogo, professor universitário. Apaixonado pelas novas tecnologias, há vídeos dele dos anos de 1920, onde já explicava mitos bascos; como viveu até 1991, também se podem ver várias entrevistas.