O roteiro da Fugas
Júlia Côta
Rua Júlia Côta, 76 Manhente
GPS: 41º33’18.46”N 8º34’28.81”W
Júlia Ramalho
Rua Júlia Ramalho, 51, Galegos S. Martinho
GPS: 41º33’12.68”n 8º33’29.81”W
Telmo Macedo
Rua da Senhora do Bom Sucesso, 33, Galegos Sta. Maria
GPS: 41º33’57.49”N 8º35’02.17”W
Bernardino Coelho
Rua Nossa Senhora da Franqueira, 977, Carvalhal
GPS: 41º30’20.74”N 8º38’24.73”W
Cobres Cunha
Rua da Madalena, 8, Barcelos
GPS: 41º31’55.72”N Bº37’20.85”W
Art’otel Barcelos: a cidade dentro de uma guest house
O ensaio estava em acção há já algum tempo. Daniel Filipe Sá fez o curso de Contabilidade no Porto, mas deixou-se contagiar pelos negócios do pai que, trabalhando na área da construção, decidiu erguer a BWay Guest House, uma casa para arrendamento a preços simpáticos em Barcelinhos, freguesia ribeirinha de Barcelos. Daniel foi-se “formando” ali. Quando, em 2014, a família se cruzou com um edifício do início do século XX no centro de Barcelos, a vez dele chegou. Das ruínas nasceu o Art’otel Barcelos, uma guest house boutique “que fazia falta” na cidade.
Daniel Sá e a namorada andam atarefados por estes dias. Aberto há menos de dois meses, o Art’otel Barcelos, cuja gestão o casal assumiu, tem sido procurado por muitos turistas, muitos deles estrangeiros, alguns peregrinos a caminho de Santiago de Compostela. Há pormenores a afinar, mas o essencial está mais do que conseguido. Barcelos presente em todos os cantos, conforto máximo, um sentimento de casa. Aqui, não há cartões a abrir portas e no chaveiro dado aos hóspedes está não só a chave do quarto como a da entrada do edifício. “Cada um entra e sai à hora que quer.” Neste negócio familiar, explica Daniel Sá, querem que as pessoas se sintam em família. Mas sempre com requinte.
Para a decoração do espaço, percorreram lojas de velharias e deram a volta às ruínas onde outrora terá existido uma casa de família. Assim se fizeram peças como um lavatório cuja base é uma máquina de costura, mesinhas de cabeceira a partir de troncos de árvores, paredes em paletes ou uma cabeceira de cama de portas antigas. “Tem a ver com o espírito de Barcelos, cidade que reaproveita materiais”, diz Daniel. Não há dois quartos iguais entre os nove deste hotel — mas todos têm um ponto em comum: são espaçosos q.b. No primeiro piso, onde se situam os mais sofisticados, ultrapassam os 30 metros quadrados. Num deles, aconselhado pelo dono para luas-de-mel ou noites românticas, a cama é redonda. Nas acomodações do segundo piso, o bónus está nas varandas.
A história do Art’ otel ainda agora começou. Mas o casal já tem o futuro na cabeça. Na sala de pequenos-almoços buffet, querem, até ao fim do ano, fazer uma cervejaria aberta à cidade. Para o lugar do improvisado parque de estacionamento — nas belas traseiras do edifício, onde existe também uma tranquila esplanada —, está pensada uma piscina exterior. E a casa ao lado, que também lhes pertence, há-de fazer parte do projecto. Dentro, a ideia é ter cada vez mais Barcelos. Além das peças de artesanato que já ali se encontram, estão a programar ter uma vitrine com exposições rotativas de artesãos locais. E volta e meia chamá-los para o hotel para darem workshops. Ou simplesmente conversarem com quem por ali passa. Afinal, o maior património são mesmo eles.