Oeste
Uma viagem no tempo, que vale nem que fosse pelas estações e o seu património azulejar. Saindo de Lisboa, e depois da penosa travessia da linha de Sintra, em breve passa a sentir-se na província ao ver desfilar as estações de Mafra e Malveira e apeadeiros de nomes estranhos como Jerumelo, Sapataria, Zibreira-Gozundeira, Feliteira. Dois Portos faz recordar que estamos em terras de vinhos, tal como, mais à frente, Torres Vedras e Bombarral. Em Runa avista-se o majestoso edifício setecentista que é hoje lar do Exército. Em Torres passa-se ao lado das termas dos Cucos. E depois alternam-se pinhais e vinhedos até ao Bombarral, onde passam a predominar os pomares até às Caldas da Rainha. Aqui, em frente à estação, vale a pena espreitar uma fonte que é o início da rota bordaliana, destinada a perpetuar a memória de Bordalo Pinheiro na cidade.
São Martinho do Porto está a oito minutos de comboio, com a baía a 100 metros de estação. Depois o traçado da linha é salomónico e passa em Valado dos Frades, equidistante em seis quilómetros de Nazaré e Alcobaça. Marinha Grande e Leiria sugerem turismo industrial e Monte Real faz pensar nas termas e no aeroporto militar que se pretende seja civil. E há mais termas, ao passar na Amieira, até se avistar o Mondego e optar por se seguir para a Figueira da Foz ou para Coimbra.
Cascais
Os estrangeiros que visitam Lisboa que o digam. São só 26 quilómetros e os alfacinhas estão habituados e não lhe apreciam a beleza. Mas, para quem vem de fora, são 40 minutos de deslumbramento através da mais bonita linha suburbana da Europa, que acompanha um estuário que parece um mar até chegar ao Atlântico.