Fugas - Vinhos

  • Argentina, Finca Flichman, Barrancas
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  • Argentina, Finca Flichman, Tupungato
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  • Argentina, Finca Flichman, Tupungato
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  • Argentina, Finca Flichman
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  • Argentina, Finca Flichman
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  • Argentina, Finca Flichman
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  • Argentina, Finca Flichman
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  • Argentina, Finca Flichman
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  • Argentina. Cecília Costa, a mendozina que lidera a viticultura da Finca Flichman
    Argentina. Cecília Costa, a mendozina que lidera a viticultura da Finca Flichman
  • Argentina, Finca Flichman
    Argentina, Finca Flichman
  • Chile. Los Boldos
    Chile. Los Boldos
  • Chile. Los Boldos
    Chile. Los Boldos
  • Argentina
    Argentina
  • Chile. Stephane Geneste, enólogo principal da Sogrape na vinha de Los Boldos
    Chile. Stephane Geneste, enólogo principal da Sogrape na vinha de Los Boldos
  • Chile. Los Boldos
    Chile. Los Boldos
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Do Chile à Argentina pelas vinhas do novo mundo

A erva tem uma função: aumentar a oxigenação do solo, demasiado compactado depois de, nos anos 40 do século passado, o judeu de ascendência polaca Isaac Flichman ter mandado encher de terra fértil o leito seco de um rio pedregoso que cruzava mais de 30 hectares da propriedade. Uma obra faraónica. Isaac, que estudou enologia em Montpellier, trouxe clones de Syrah para plantar nas terras recuperadas do rio. Foi um dos pioneiros da introdução desta casta e também do Cabernet Sauvignon. Também foi inovador ao lançar o vinho Caballero de la Cepa em garrafas de 750ml, o primeiro vinho qualificado como "fino" na Argentina. Viveu à grande e à francesa e acabou, no final da vida, por perder a empresa para os bancos. Mas nunca perdeu o amor pelo vinho e pelas vinhas de Barrancas. Quando morreu, em 1989, as suas cinzas foram depositadas, como pedira, num antigo parral da Finca Flichman.

Ainda há trabalhadores na empresa do tempo de Isaac Flichman, mas a adega e as vinhas já não são as mesmas. Em poucos anos, Fernando Guedes (filho), primeiro, e Ricardo Rebelo depois renovaram instalações e modernizaram a vinificação e a viticultura, devolvendo, com a sabedoria de Luís Cabral, o prestígio aos vinhos da Finca Flichman. Não foi fácil. Pelo meio, a Sogrape teve que conviver com o default da Argentina, em 2000, e com a desvalorização da moeda nacional, o peso. Mesmo assim, o grupo português não parou de comprar terra (possui 950 hectares) e é hoje o sétimo maior exportador de vinho da Argentina, vendendo cerca de 18 milhões de garrafas por ano, duas vezes mais do que a Finca Flichman vendia antes de a família Guedes chegar.

Tupungato, fim da viagem, de novo na direcção da fronteira andina com o Chile. Ao longe, um imponente vulcão nevado no cume brilha no meio da grande cadeia montanhosa. Os índios Huarpes deram-lhe o nome de Tupungato, "a janela das estrelas", o segundo ponto mais alto dos Andes, com 6565 metros de altitude.

Nome de uma vasta área dominada pelo grande vulcão, Tupungato é o novo íman da viticultura em Mendoza, que se aproxima cada vez mais da montanha. O enólogo Rui Reguinga, que faz um vinho na Argentina para o mercado português, o Fabre Montmayou (Malbec e Touriga Nacional), dá consultoria a uma empresa, o Domaine Vistalba, com vinhas a 1600 metros de altitude. Todas as companhias de renome estão instaladas neste formidável planalto que parece não ter fim. A Bodega Salentein, misto de adega, galeria de arte e pousada, foi uma das primeiras a desbravar caminho. Mais tarde, Michel Rolland e seis sócios colocaram a região nas bocas do mundo, com a criação do Clos de los Siete, 700 hectares de vinha contínua.

A Sogrape chegou logo a seguir e construiu praticamente uma finca de raiz, Don Fernando, de onde saem os seus melhores vinhos na Argentina. Barrancas (160 hectares) está situada a 700 metros e garante vinhos frutados, encorpados e generosos de álcool; Don Fernando (240 hectares) está a 1100 metros e assegura vinhos mais frescos e complexos, de que o fantástico Parcela 26 (Malbec de quatro lugares diferentes) é um bom exemplo.

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